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A quantidade de famílias com contas ou dívidas em atraso, ou seja, inadimplentes, subiu no fim do ano passado e aponta uma tendência de alta para o início de 2022. 

É isso o que indica a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

Depois de iniciar 2021 em patamar superior ao fim de 2020, a inadimplência reduziu-se até maio, mas passou a ter tendência de alta desde então.

Por isso, a inadimplência final em 2021 foi de 26,2% das famílias, acima da média anual (25,2%). 

Aliás, a quantidade média anual de famílias inadimplentes caiu de um ano para o outro. Em 2020, eram 25,5%. Já no fim de 2021, eram 25,2%.

Apesar de a proporção de famílias inadimplentes ter aumentado no último trimestre do ano, a pesquisa da CNC ressalta que o maior valor já observado no indicador ocorreu em agosto de 2020, quando alcançou 26,7%.

Economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira declarou em um comunicado que os números indicam que os consumidores conseguiram quitar os compromissos financeiros e evitaram incremento da inadimplência até o fim do terceiro trimestre. 

Por outro lado, nos últimos 3 meses do ano, o indicador de contas em atraso aumentou, já indicando tendência de alta para o início de 2022.

“Os consumidores seguirão enfrentando os mesmos desafios financeiros da segunda metade de 2021, principalmente inflação, juros elevados e mercado de trabalho formal ainda frágil”, disse. 

Ela ainda acrescentou que, somado a esse cenário, estão desafios como “o vencimento de despesas típicas do primeiro trimestre, que deverá apertar ainda mais os orçamentos domésticos neste período”.

MENOS FAMÍLIAS SEM CONDIÇÃO DE QUITAR DÍVIDAS

O levantamento mostra ainda que houve uma redução na média de famílias sem condições de pagar as dívidas em atraso, considerando um ano para o outro. Em 2020, eram 11%. Em 2021, eram 10,5%. 

Já o endividamento de famílias (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) subiu. 

Em 2020, a média de famílias endividadas era de 66,5%. Em 2021, eram 70,9%. 

No entanto, a quantidade de famílias com dívidas apresentou tendência de alta ao longo de todo o ano, principalmente a partir de maio. Em dezembro, a proporção de endividados alcançou o maior valor histórico, atingindo 76,3% do total de famílias.

É importante lembrar que ter dívidas não é necessariamente algo ruim. O grande problema é quando a pessoa compromete sua renda de tal maneira que perde as condições de arcar com as próprias contas. Ou seja, a inadimplência. 

PLANEJAMENTO FINANCEIRO PARA EVITAR INADIMPLÊNCIA

Para evitar cair nessa situação, é bom que você faça um planejamento financeiro familiar. Assim, você pode construir uma reserva de emergência para se prevenir de problemas com grana.

Veja abaixo algumas orientações para ter melhor planejamento financeiro e construir a sua reserva de emergência:

Saiba o rendimento mensal da casa (quais são os ganhos, quanto cada pessoa traz de dinheiro e qual é a renda da família);

  • Tenha na ponta do lápis as suas despesas (valores de contas fixas, como aluguel, internet, etc., e valores de despesas variáveis, como supermercado, contas de água e luz, emergências, entre outras);

  • Saiba priorizar as contas num momento de dificuldades. Priorize os serviços essenciais (luz, água, por exemplo);

  • Saiba ainda os valores para emergência e investimento que a família possui para lidar com imprevistos e realizar objetivos de curto, médio e longo prazos;

  • Aprenda como negociar suas dívidas. Assim, você pode conseguir melhores condições e taxas;

  • Considere ainda a possibilidade de fazer um empréstimo. Há casos em que pode valer a pena. Fique atento às condições.

Veja ainda os valores e aumentos que aconteceram até hoje do salário mínimo