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As famílias de renda mais baixa (que recebem até R$ 1.650,50) foram as que mais sentiram a alta dos preços em setembro medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do Brasil.
A informação é do Indicador de Inflação por Faixa de Renda, feito todos os meses pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Enquanto a inflação das famílias de renda muito baixa foi de 1,30% em setembro, a alta dos preços para as famílias com renda alta teve variação de 1,09%. Para as famílias de renda média-alta, o aumento foi de 1,04%.
De acordo com o Ipea, esse impacto em setembro para os mais pobres ocorreu, principalmente, por causa do grupo de habitação, que teve altas de 6,5% nas tarifas de energia elétrica, de 3,9% do gás de botijão e de 1,1% dos artigos de limpeza.
Em segundo lugar, esse grupo de renda mais baixa foi impactado pelos alimentos em domicílio, puxados especialmente pelo aumento das frutas (5,4%), das aves e ovos (4,0%) e dos leites e derivados (1,6%).
O Ipea realiza esse estudo de inflação por faixa de renda todos os meses, baseado nos dados de preços pesquisados para o IPCA, por ele ser a inflação oficial do país.
A medição da inflação por grupo é feita baseada nos produtos mais consumidos em cada faixa de renda e na participação deles no orçamento de cada família. Assim, alimentos e itens básicos impactam mais os mais pobres.
Já a gasolina e as passagens de avião, por exemplo, impactam mais quem tem renda mais alta, como foi neste mês de setembro e em agosto. A alta do grupo de transportes foi influenciada pelos reajustes de 2,3% da gasolina, de 28,2% das passagens aéreas e de 9,2% dos transportes por aplicativo.
Veja abaixo como foi o aumento dos preços em agosto, conforme cada faixa de renda, de acordo com a pesquisa divulgada pelo Ipea:
Renda muito baixa (menor que R$ 1.650,50): 1,30%;
Renda baixa (entre R$ 1.650,50 a R$ 2.471,09): 1,20%;
Renda média-baixa (entre R$ 2.471,09 e R$ 4.127,41): 1,21%;
Renda média (entre R$ 4.127,41 e R$ 8.254,83): 1,13%;
Renda média-alta (entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66): 1,04%
Renda alta (acima de R$ 16.509,66): 1,09%.
Pelos resultados da inflação acima de acordo com cada faixa de renda, pode-se perceber que as pessoas de renda muito baixa, renda baixa e renda média-baixa tiveram uma inflação acima do índice geral para o mês de setembro.
De acordo com o IBGE, o IPCA em setembro foi de 1,16% –a mais alta para o mês desde 1994. No entanto, a alta dos preços para essas pessoas de renda mais baixa foi ainda maior.
Enquanto isso, os grupos de renda média, média-alta e alta ficaram abaixo do aumento geral dos preços medido pela inflação oficial do país.
Na análise da inflação acumulada dos últimos 12 meses, as famílias de renda muito baixa são também as que têm o maior índice (10,98%), enquanto as famílias de renda alta são as que menos sofreram com a alta dos preços (8,91%).
O Ipea afirmou que, para as famílias de renda muito baixa, “além dos aumentos nos preços dos alimentos no domicílio, como carnes (24,9%), aves e ovos (26,3%) e leite e derivados (9,0%), os reajustes de 28,8% da energia e de 34,7% do gás de botijão explicam grande parte da alta inflacionária nos últimos 12 meses”.
Já para as famílias com renda mais elevada, a inflação acumulada no período de 12 meses é impactada, principalmente, pelos aumentos de 42,0% dos combustíveis, 56,8% das passagens aéreas, 14,1% dos transportes por aplicativo e 11,5% dos aparelhos eletroeletrônicos.
Veja abaixo como está a inflação acumulada nos últimos 12 meses, conforme cada faixa de renda, de acordo com a pesquisa do Ipea:
Renda muito baixa (menor que R$ 1.650,50): 10,98%
Renda baixa (entre R$ 1.650,50 a R$ 2.471,09): 10,72%
Renda média-baixa (entre R$ 2.471,09 e R$ 4.127,41): 10,64%
Renda média (entre R$ 4.127,41 e R$ 8.254,83): 10,09%
Renda média-alta (entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66): 9,32%
Renda alta (acima de R$ 16.509,66): 8,91%.
Já que o aumento da conta de luz tem sido uma dor de cabeça para muitas famílias, veja aqui algumas dicas para economizar.
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