O que você vai ler neste artigo:
O primeiro trimestre foi marcado pelos sucessivos aumentos no preço do petróleo e, sobretudo, a partir de fevereiro, com os impactos na Guerra entre Rússia e Ucrânia.
Apesar da queda no preço da gasolina na última semana de março, o valor cobrado no Brasil ainda é altíssimo, custando o litro, em média, R$ 7,288 em abril. À primeira vista, o impacto direto destes reajustes é somente para quem anda de carro.
E é nisto que a maioria dos brasileiros acredita - que as constantes variações no preço da gasolina afetam somente quem possui carro. Entretanto, isto não é verdade. O reajuste no preço da gasolina afeta a economia com um todo, desencadeando aumentos generalizados nos preços, gerando inflação.
Vivemos em uma economia baseada, primordialmente, no petróleo. Coisas que nem imaginamos possuem esta matéria-prima como componente. Logo, uma oscilação neste produto que tem o preço fixado internacionalmente é determinante para a economia, não só do Brasil, mas em todo o mundo.
Este efeito cascata ocorre porque quando o preço do petróleo (que determina o preço da gasolina) sobe, sobem também os preços de todos os produtos derivados dele e produtos ou serviços que necessitem de combustíveis para serem produzidos. Os combustíveis estão presentes em quase todas as etapas do processo de produção.
O reajuste no preço da gasolina significa também aumento direto nos preços do diesel, do gás de cozinha e do querosene de aviação. Desta forma, ainda que você não tenha carro, de alguma forma, com toda a certeza, você será afetado.
Observe que quando sobe a gasolina, outros preços também sobem. Veja nos supermercados e no comércio de modo geral. Os alimentos e quase tudo o que você for comprar terão seus preços reajustados. Isto ocorre tanto com as coisas mais simples quanto as mais sofisticadas. Sejam produtos ou serviços.
Exemplos práticos: desde o ano passado, andar de avião, algo que nunca foi barato, ficou ainda mais caro. Chegando uma passagem a custar o dobro do que custava no ano anterior. Os fretes e os transportes públicos igualmente aumentaram, ficando a passagem do ônibus, da lotação, o transporte escolar, os táxis e aplicativos também ficam mais caros.
Itens importantes de consumo diário da população em geral como plásticos, detergentes, cosméticos, sapatos e até medicamentos possuem petróleo em sua composição e logicamente têm seus preços finais onerados.
Comer fora também ficará mais caro por várias razões, seja pelo aumento do preço do gás, pelo aumento do preço da matéria-prima (comida) que teve o custo dos transportes repassados a seu preço final ou pelo aumento do custo com pessoal, o qual aumentou por causa do aumento do transporte para que as pessoas cheguem até o restaurante para preparar a comida. E isto vale tanto para quem almoça no restaurante de luxo quanto para quem compra a quentinha ou almoça no pequeno e simples restaurante da esquina.
Mais de 90% dos transportes de mercadorias no Brasil são feitos por via rodoviária, outra parcela por via aérea, fluvial, marítima ou férrea. Contudo, todos utilizam algum tipo de combustível derivado do petróleo. Assim, a alta dos combustíveis igualmente vai refletir nos custos dos fretes que, por consequência, chega ao preço final dos produtos, até mesmo daqueles que não possuem petróleo em sua composição.
Infelizmente, a verdade é que todos serão, direta ou indiretamente, afetados pelo reajuste no preço da gasolina. O aumento pesará no bolso de todos, possuindo ou não carro. Ou seja, todos serão impactados de alguma forma e não há como escapar desse ciclo. Entretanto, conhecendo as implicações, é possível usar a inteligência financeira (que é agir de forma inteligente com o dinheiro, vide artigo Equilíbrio Financeiro aqui no Blog Amigo do Dinheiro) para minimizar os efeitos no seu bolso, pois contraditoriamente, a variação de preços impactará com mais força justamente em quem tem menos dinheiro (assunto que será tratado em outro artigo).
Por fim, lembro a você leitor que desmistificar economia e finanças faz parte de meu propósito de vida, por isto, o objetivo deste artigo foi comprovar que não é somente quem possui carro que deve ficar atendo ao preço da gasolina e demais combustíveis.
Através de exemplos do cotidiano, busco demonstrar às pessoas como variações na economia, por via de regra afetam nossas finanças e consequentemente a nossa vida, independente de classe social ou situação financeira.
Quer saber mais sobre como a economia impacta no seu dia a dia? Precisa se relacionar melhor com seu dinheiro? Me siga nas redes sociais e envie seu questionamento ou sugestão. Afinal, juntos vamos lá e PAN!
Até o próximo artigo…
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*Esse artigo é de autoria da colunista Dirlene Silva e não reflete necessariamente a opinião do Banco PAN
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