O que você vai ler neste artigo:
O termo é muito utilizado na economia e para quem não trabalha no mercado financeiro pode parecer algo muito complicado, mas no fim das contas não é.
No texto a seguir, entenda a importância da correção monetária, quais são os índices que a compõem e como é feito o cálculo.
A correção monetária é um ajuste financeiro do valor da moeda brasileira, o Real, em relação às moedas que circulam em outros países e à inflação, que influencia no poder de compra da população.
O Banco Central é o responsável por calcular o valor da correção de acordo com as taxas de juros aplicadas pelos bancos e pelos índices inflacionários.
A atualização do valor da moeda brasileira passou a ser feita após o golpe militar de 1964, período em que foi criado o primeiro índice econômico, chamado de Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional (ORTN).
Ele avaliava o valor de moedas ativas na época e teve um papel fundamental para controlar a hiperinflação da época, causada pela incerteza econômica.
Uma curiosidade é que a correção monetária passou a ser feita anualmente somente no final da década de 1990. Quando os primeiros ajustes foram feitos, eles seguiam juros elevados, que só foram estabilizados com a implementação do Plano Real, em 1994.
Atualmente, a atualização monetária ainda é essencial para compensar a perda do valor da moeda brasileira, além de ser importante para atualizar montantes que sem movimentação podem perder valor financeiro, como dívidas, indenizações e precatórios.
A correção monetária é feita com base em alguns índices que influenciam o mercado financeiro. Cada taxa que impacta em um determinado setor auxilia na determinação do valor atualizado. A seguir confira os 3 principais:
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o mais utilizado para a atualização monetária e se trata da taxa oficial da inflação.
Ele é responsável pela análise do aumento de preços no mercado baseado em um valor médio para a compra de um produto. O cálculo é realizado todos os meses a fim de que a atualização do Real estabeleça um percentual médio para os reajustes.
Enquanto isso, o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) analisa a economia nacional de forma mais ampla.
Seu principal impacto é no mercado imobiliário a partir da atualização monetária do valor do aluguel.
O cálculo é feito pelo IBRE (Instituto Brasileiro de Economia) e a FGV (Fundação Getulio Vargas).
Leia também: Auxílio Aluguel: o que é e quem tem direito a ele?
Já o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) está relacionado aos títulos emitidos entre instituições financeiras. Em outras palavras, é uma forma de empréstimo entre bancos com o objetivo de fechar o caixa sempre positivo.
Aqui a taxa passa por variações diariamente, com impacto em correções monetárias de investimentos.
Como visto anteriormente, existem diferentes índices usados para a correção monetária, por isso a forma de calcular pode variar dentro de um período.
Mas, em geral, a atualização é feita a partir da multiplicação do fator acumulado do índice em um mês, assim é encontrado o novo valor para correção.
Exemplo:
Se a atualização monetária for de 15%, o percentual é calculado sobre o valor inicial e acrescido para obter o valor final.
Caso o montante inicial seja de R$ 1.000, 15% é R$ 150,00. Ao acrescê-lo, o montante final será de R$ 1.150.
Para calcular a correção do Real com base em diferentes índices, o Banco Central disponibiliza uma Calculadora do Cidadão. Ela acompanha índices como o IPCA, IGP-M e CDI e facilita o estudo do reajuste de um determinado serviço.
Apesar de os juros e a correção monetária desempenharem papéis importantes na economia, é importante não confundi-los.
A taxa de juros refere-se a acréscimos sobre uma dívida parcelada, como um empréstimo pessoal, ou em atraso, quando você se esquece de pagar uma dívida em dia ou fica inadimplente por problemas financeiros.
Já a correção monetária atua no valor original da dívida e nos juros que serão aplicados sobre ela, sempre com base nos índices que apresentamos neste artigo.
Existem diferentes tipos de juros, como os simples e compostos. Entenda as diferenças e como calculá-los.
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