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Assim como a personagem principal do livro, muitas pessoas sofrem do mesmo problema. Compram de forma compulsiva e acabam se prejudicando financeiramente por não conseguirem bancar os gastos.
O vício em compras, para a psicologia, é considerado um transtorno. Tem até nome para isso: oniomania, que é definido como o ato de comprar compulsivamente. É como se houvesse uma necessidade constante em gastar e consumir sem se preocupar com as consequências desse ato.
A sensação de felicidade que a compra traz, mesmo que aquele item não seja necessário no momento, se torna tão importante que a pessoa não pensa em como vai pagar ou onde vai guardar aquela nova aquisição.
A pessoa com oniomania vive um círculo vicioso. Ela se vê presa a uma cadeia de compras e gastos desnecessários até que a situação se transforme em uma bola de neve.
A psicóloga Tatiana Filomensky, coordenadora do Programa para Compradores Compulsivos do Pro-Amiti (Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos do Impulso), explica em um artigo publicado pela USP (Universidade de São Paulo) que a compra compulsiva pode funcionar como um remédio para aliviar a angústia e a depressão.
Quando compramos nos sentimos mais felizes, mais realizados. A compra é uma conquista, uma recompensa. Por isso, a pessoa que sofre com vício em compras busca por essa satisfação com maior frequência.
O primeiro passo é entender que existe diferença entre a compulsão em compras e o descontrole financeiro. Pessoas que não controlam seus gastos não necessariamente são viciadas em compras.
O vício em compras apresenta sintomas que são contínuos e atrapalham a vida de quem sofre desse distúrbio. É uma doença que pode prejudicar os objetivos pessoais e retirar a pessoa de seu convívio social por estar constantemente comprando ou pensando em comprar.
Confira abaixo alguns sintomas que podem ser observados para identificar o vício em compras.
Comprar um pouco a mais do esperado é comum em algumas situações. Mas, quando isso se torna frequente, há um problema a ser observado.
Se você entra nas lojas e sai pegando tudo o que vê pela frente, pensando que "qualquer coisa é só parcelar", isso pode significar vício em compras.
Esse primeiro sintoma pode ser a ruína da sua vida financeira. Estourar o limite de crédito, entrar no cheque especial e até mesmo pedir empréstimos são alguns dos caminhos que uma pessoa compulsiva pode procurar para continuar comprando.
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Outro sintoma bastante comum é o ato de comprar escondido ou mentir o valor pago. A culpa pela compra e o medo de levar uma “bronca” é tão grande que é muito comum essas pessoas esconderem a realidade.
Em algum momento da vida você já deve ter comprado um produto e se arrependido. A pessoa que sofre de vício em compras também passa por isso. Contudo, ela perde o controle e não se arrepende da compra.
Sapatos que não servem, livros que não pretende ler, roupas que não pretende usar são alguns dos itens que aparecem na lista de uma pessoa compulsiva. É como se as vitrines chamassem a todo o momento.
É comum a pessoa que sofre de transtorno de compra compulsiva ter crises de ansiedade e ou variações de humor enquanto está passando por um período de abstinência.
Ela pode até ter a ilusão de que está no controle da situação, mas a tristeza por não comprar é tão grande que o distúrbio fala mais alto e ela retoma os gastos excessivos.
Está triste? Compra! Está se sentindo desmotivada? Compra! Um dia ruim no trabalho? Compra! A pessoa que sofre desse distúrbio tende a comprar para superar suas tristezas e decepções. Contudo a compra também pode se transformar em uma tristeza.
"Se estou triste eu compro. Então eu fico feliz. E daí fico triste de novo e volto a comprar". Se você costuma ter esses pensamentos, pode ser um sinal de vício em compras.
A boa notícia é que o vício em compras pode ser controlado. E, quanto antes ele for identificado, menores serão os prejuízos.
O primeiro passo é procurar a ajuda de um profissional. Existem diversos tipos de tratamento para esse distúrbio. Alguns envolvem o uso de medicamentos e acompanhamento de terapias para descobrir a origem do problema.
Além disso, também é possível tomar algumas precauções para ajudar nesse processo de cura.
Cancele os cartões de crédito.
Saia de casa apenas com o dinheiro necessário para as despesas do dia.
Não pegue cartões de crédito emprestado.
Cancele a assinatura de e-mails de lojas.
Não frequente regiões com muitas lojas e evite ir ao shopping center.
Fale sobre o seu problema com alguém de confiança. Se precisar sair para comprar, vá com essa pessoa.
Questione a necessidade de realmente comprar aquele produto.
“Quando for para o trabalho, ignore o canto da sereia que vem das lojas. O seu novo mantra é: eu preciso realmente disso?” (Os Delírios de Consumo de Becky Bloom).
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