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Dinheiro pago periodicamente pelos pais deve estimular educação financeira em vez de ser dado como gratificação por deveres
ARTIGOS
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12min. de leitura
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18.10.2022
controle
seus gastos
PorRedacao | Millena PAN
O valor acordado entre pais e filhos a ser entregue a cada 30 dias, conhecido como mesada, é uma dúvida que muitos pais ainda têm: é correto dar a mesada ou não? Especialistas financeiros dizem que, de repente, sem idade ou local exato, a criança manifesta o primeiro desejo de ter o próprio dinheiro, seja para comprar um sorvete ou um videogame, mas, ao contrário da geração dos pais, que a grana podia ser gasta com o que quisesse, a mesada pode, sim, ser dada, desde que estimule a nova geração quanto ao valor que o dinheiro tem e como deve ser administrado.
É nesse contexto que entra a mesada educativa, um modelo onde o valor dado pelos pais não é um presente nem remuneração por notas azuis ou serviços prestados. É uma forma de transferir para a criança a decisão sobre como usar uma parcela dos recursos da família, a ter uma certa independência financeira, a economizar, e, sobretudo, a dar limite a ela, ensinam os especialistas.
Acredita-se que uma boa educação financeira, aplicada nos primeiros anos de vida, é a forma mais eficaz de preparar os filhos para uma vida econômica mais estável no futuro. Além disso, essa didática ajuda que eles evitem compras impulsivas, endividamentos e inadimplência, e ainda estimula a comparar preços e a guardar dinheiro na poupança.
Mas como dar a mesada educativa? Qual a idade adequada? Qual a periodicidade recomendada? O PAN fez um guia para você saber como usar essa modalidade a favor do desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. Confira!
Trata-se de uma ferramenta importante para ensinar finanças às crianças e aos adolescentes. Por serem muito novas e terem sustento básico sem esforço, a teoria pode não ser suficiente, então é preciso que a família recorra às atividades práticas para que esses jovens tenham consciência sobre o dinheiro. Para que isso ocorra, os pais dão um valor, num determinado período, e os filhos devem administrá-lo. Nesse meio tempo, a mesada educativa traz uma série de benefícios:
O ideal é começar a dar mesada entre os seis e sete anos, período em que as crianças começam a entender o valor do dinheiro e estão mais influenciadas pelo desejo de consumo. É nessa faixa etária que os pais conseguem estimular a organização, economia e planejamento dos filhos, segundo especialistas em educação financeira.
Mesada é o nome do pagamento recebido mensalmente, a quinzenada é o valor a cada quinze dias, enquanto a semanada é dada por semana. Especialistas dizem que para haver organização e controle das finanças, as crianças e os adolescentes devem saber o dia exato que recebem a mesada. Para jovens que ainda não conseguem lidar bem com o dinheiro, o ideal é que o valor seja parcelado semanalmente ou quinzenalmente.
Sim. O controle dos pais é importante nessa jornada para ensinar o valor do dinheiro e para incentivar as crianças a terem metas para o valor economizado.
Especialistas recomendam que os pais estimulem os filhos a poupar o dinheiro. O ideal é guardar entre 20 a 50% para realizar um sonho, como comprar uma bicicleta, um celular, fazer uma viagem ou festa de aniversário; a outra metade pode ser gasta com o que a criança ou o adolescente quiser.
Isso depende de vários fatores. O primeiro deles é saber se há condições de garantir o valor fixo aos filhos. Não é adequado dar mesada e ficar com o orçamento apertado. Outro fator a ser considerado é o estilo de vida da criança: lugares onde costuma ir, o que ela faz no dia a dia, o que ela consome e desejos frequentes, como vontade de comprar livros, animes, figurinhas, por exemplo. Tudo isso influencia no valor ideal para a mesada.
O conselho dos especialistas é começar com valores baixos e ir aumentando aos poucos. Se puder dar R$ 100, dê R$ 50. Se puder dar R$ 200, dê R$ 100. É mais satisfatório para a criança ver a mesada aumentando do que o contrário.
Se os pais perderem o emprego ou estiverem com o orçamento apertado, a mesada deve ser cortada ou reduzida. Para que isso ocorra, os pais devem ter uma conversa prévia e amigável com os filhos.
Como dito no começo deste texto, a mesada é um instrumento de educação financeira para as crianças e os adolescentes, portanto, os pais têm que dar orientação sobre o uso do dinheiro. É por meio da mesada que elas entendem que só podem desejar aquilo que podem pagar.
Nesse jogo de desejo e consumo, elas começam a procurar soluções para atingir objetivos: economizar em um mês para ter dinheiro no próximo, economizar por três meses para comprar algo superior à renda, aprender a valorizar a mesada pedindo descontos, comparando preços e até desistindo de compras por impulso.
Os pais devem dar liberdade para que os filhos comprem o que eles quiserem com o dinheiro, entretanto, devem estimular que eles invistam em cultura, leitura e bens duráveis.
Na infância, a mesada não deve ser usada para comprar a merenda da escola. Caso isso aconteça, o risco da criança trocar o lanche pelo dinheiro é grande, e isso, além de prejudicar a saúde, altera o desempenho educacional. O valor também não deve contemplar itens de vestuário, como roupas e sapatos, tampouco deve pagar atividade extracurricular, como futebol, balé, natação e inglês.
Na adolescência, o desejo por roupas de grifes e shows de bandas internacionais tende a ser maior. Nesses casos, os pais podem entrar num acordo: ajudar eventualmente com parte do valor ou deixar claro para os filhos que eles precisam administrar os anseios a partir do valor da mesada. O dinheiro também não deve ser trocado:
Os especialistas financeiros afirmam que a criança tem que entender que existem deveres e isso não deve ser estimulado pelo dinheiro para que saiba conviver em grupo familiar e escolar e não desenvolva personalidade mercenária.
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