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22.07.2022
PorRedacao | Millena PAN
Quando a pandemia de Covid-19 chegou ao Brasil, mais de dois anos atrás, a preocupação geral era com a saúde da população.
Diante de um vírus desconhecido, de uma doença igualmente nova até para os médicos, muita gente temia se contaminar e não saber sequer como realizar o tratamento adequado. Os números de contagiados e mortos aumentaram rapidamente, confirmando a gravidade da situação.
A principal medida indicada naquele momento era se isolar por completo do convívio social, o que, para muitas famílias, passou a ser quase impossível, dadas as condições das casas em que vivem, no caso de quem ficava doente, ou por terem fontes de renda dependentes de quem trabalha na rua.
O isolamento, assim, logo se tornou também uma questão econômica: muitas pessoas simplesmente não tinham como ficar em casa sem que isso significasse queda ou perda completa dessa renda familiar.
Embora fosse a medida sanitária mais segura – a maioria da população também entendeu assim –, ela também aprofundava a crise que o país já vinha enfrentando há alguns anos.
Foi até por isso que o governo criou o auxílio emergencial, inicialmente no valor de R$ 600, em uma tentativa de controlar esse contexto de penúria.
Agora, uma pesquisa do Banco Mundial revelou que, em meio à pandemia, os brasileiros estiveram mais preocupados com suas contas do que com a própria saúde.
É uma fotografia de um país em que, segundo dados da Plano CDE, quase um terço (27%) das pessoas não conseguem chegar ao fim do mês com dinheiro na carteira. Ou, em outras palavras, um retrato da dificuldade das famílias em manter o orçamento mensal minimamente equilibrado.
Sem recursos suficientes, elas vivem uma realidade muito diferente do cenário pré-pandêmico e, por isso, acabam ficando mais preocupadas com a vida financeira do que com a possibilidade de ficarem doentes.
Essa realidade persiste, já que sete em cada dez dos brasileiros das classes populares (70%) dizem que ainda estão passando por dificuldades financeiras por causa da Covid-19.
É sobretudo a alta geral dos preços que faz com que os brasileiros ainda tenham que fazer mudanças razoáveis em seus padrões de consumo.
São reduções em itens da compra do mês (como certos cortes de carne, por exemplo), refeições que perdem qualidade ou quantidade, produtos que são cortados do consumo (como roupas, material escolar, etc), sem contar o fato de, em muitos casos, as famílias precisam recorrer ao cartão de crédito para seguir indo ao mercado até o mês acabar.
Os dados mais recentes de endividamento mostram que quase nove em cada dez lares no país têm dívidas dessa modalidade.
Mas só o cartão não pode ser o único apoio financeiro nessas horas. O estudo do Banco Mundial revelou ainda que, em meio à pandemia, os empréstimos feitos por instituições financeiras às pessoas das classes C, D e E cresceram (28%) quase em paralelo aos que foram realizados por familiares ou amigos próximos (24%).
É mais um atestado dessa crise, em que, para conseguir chegar com fôlego ao fim do mês, as famílias ainda estão precisando encontrar meios diversos para ter dinheiro em mãos.
E fazem isso não apenas recorrendo ao sistema bancário, mas também à rede mais próxima, como pais, tios, colegas de trabalho ou, como é comum nas periferias das cidades, pendurando a conta no mercadinho ou na padaria do bairro.
Olhar para esse contexto e agir dentro dele é um desafio para os bancos e fintechs do país. Afinal, são milhões de brasileiros, muitos deles clientes, inclusive, que estão demandando acesso a crédito com melhores condições de pagamento e de prazos – e nem sempre encontram no sistema bancário.
Esses recursos têm sido utilizados, na maior parte dos casos, para seguir consumindo – o que é vital para as famílias, mas também para a própria economia do país.
Quando não, o dinheiro é usado para pagar dívidas antigas, muitas delas já em situação de inadimplência, que enfraquecem o orçamento doméstico. Assim, emprestar dinheiro a eles, oferecendo bons parâmetros, pode ser uma forma significativa de ajudar os brasileiros nesse momento mais crítico.
LinkedIn: Breno Herman Mendes Barlach
Instagram: @planocde
*Esse artigo é de autoria do colunista Breno Barlach e não reflete necessariamente a opinião do Banco PAN.
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