O que você vai ler neste artigo:
O carro quebrou, surgiu aquela reforma de emergência para fazer na casa, a fatura do cartão de crédito veio alta. Nem sempre dá para fugir delas, mas aprender como negociar dívidas é uma estratégia útil.
A pandemia impactou não só a saúde, mas também o bolso dos brasileiros. Em 2020, o percentual de endividados ficou em 66,5%, o maior patamar em 11 anos.
O total de famílias inadimplentes, ou seja, com dívidas em atraso, chegou a 25,5%, e as sem condições de pagar o que somavam mais de 11% ao final daquele ano. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens (CNC).
Para além do dinheiro devido, a inadimplência pode trazer consequências ruins aos consumidores.
Primeiro porque o score de crédito vai lá para baixo. O número, que vai de 0 a 1.000, é utilizado pelos bancos e outras instituições financeiras para avaliar quem é ou não bom pagador.
Quem está inadimplente tem mais dificuldade de conseguir um empréstimo, e quando consegue a tendência é que pague juros mais altos. É uma regra de mercado: o banco vai compensar o risco de emprestar dinheiro a alguém com histórico de mau pagador cobrando um valor mais alto por isso.
Além disso, dívidas em aberto impactam o cadastro positivo, um currículo financeiro no qual ficam registrado o comportamento financeiro e histórico de crédito dos consumidores. Quanto pior o histórico, pior também o acesso ao mercado de crédito.
Leia também: O que é cadastro positivo
Agora que você conheceu os prejuízos que as dívidas em aberto podem trazer para você, já pode imaginar que o melhor momento para liquidar as pendências é o mais cedo possível.
Isso vai evitar maiores custos e riscos, além de minimizar as chances de seu nome ficar sujo ou, se ele já estiver, sair rapidamente do SPC e do Serasa, as empresas que registram os inadimplentes.
Tudo o que envolve dinheiro precisa ser muito bem pensado e planejado. Assim, o melhor momento para quitar os débitos é aquele em que você está seguro para liquidar as dívidas sem comprometer o seu orçamento.
É claro que ninguém deixa de pagar débitos porque quer, mas às vezes ficar focado apenas nos débitos pode fazer com que você não enxergue caminhos que ajudam a sair do sufoco, ou pelo menos aliviá-lo.
O primeiro passo para quem quer entender como negociar dívidas exige um esforço prático.
Caneta e papel na mão (ou o bloco de anotações do celular) para anotar as respostas para os itens abaixo:
Valor atualizado da(s) dívida(s), considerando multas e juros;
Renda mensal;
Gastos com despesas fixas (aluguel, conta de água, luz e internet, mensalidade escolar, supermercado etc.);
Condições especiais, por exemplo se alguém da sua família que contribui com as contas estiver desempregado.
Com essas informações, você já terá elementos para rever ou cortar gastos desnecessários, realocar dinheiro ou separar uma parte da sua renda para pagar as dívidas.
Feito isso, acione o negociador que existe dentro de você e entre em contato com a instituição financeira, loja ou empresa para quem você está devendo e converse sobre as possibilidades e condições para quitar o valor devido.
A dica aqui é ser sincero com a empresa dona da dívida, expondo a sua real situação. A ideia é que vocês cheguem a um acordo bom para as duas partes.
Além de eventuais descontos, você pode conseguir parcelas com datas de vencimento que sejam adequadas ao seu orçamento mensal.
Uma data de pagamento próxima ao dia em que você recebe seu salário, aposentadoria ou benefício, por exemplo, ajuda a priorizar o pagamento da negociação da dívida.
Antes de fechar o acordo, é muito importante entender o que acontecerá se você não conseguir arcar com os pagamentos e em quanto tempo o acordo será quebrado se não for pago.
Apesar de não ser a sua intenção, imprevistos acontecem e é preciso precaução.
Quanto mais informações você tiver, melhores condições de reverter empecilhos sem prejuízo para ambos os lados da negociação. Por isso, é bom anotar tudo para não esquecer!
Essa é uma dúvida muito comum: será que vale a pena se comprometer com parcelas ou liquidar o valor todo de uma vez? Normalmente, o pagamento à vista é mais vantajoso porque os juros tendem a ser menores, e os descontos, melhores
Mas tudo depende da sua condição financeira. É melhor optar pelo pagamento a prazo do que correr o risco de ficar sem renda porque gastou tudo com as dívidas em atraso.
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