O que você vai ler neste artigo:

Uma pesquisa realizada pela Serasa e pela Opinion Box mostra que 3 de cada 10 pessoas  com contas em atraso no país passam pelo problema por estarem desempregadas. O levantamento se refere a outubro deste ano, mês em que, segundo o Mapa da Inadimplência da Serasa, o país tinha 63,4 milhões de pessoas com contas vencidas sem pagar, maior número dos últimos 12 meses.

A pesquisa da Serasa revelou os outros 2 principais motivos que levam as pessoas a não conseguirem pagar as contas em dia: 11% o fizeram depois de “emprestarem” o nome a alguém e 9% por descontrole nas finanças.

Outro dado revelado pelo estudo feito por Serasa e Opinion Box é que 70% das pessoas que estavam endividadas precisaram optar entre uma dívida ou outra para pagar, pois não tinham recursos suficientes para quitar todos os seus débitos.

E essa situação de não conseguir pagar suas dívidas deixou 88% das pessoas que passaram por isso envergonhadas e 85% com dificuldade para dormir devido à preocupação com as contas em aberto.

CARTÃO DE CRÉDITO É PRINCIPAL DÍVIDA EM ABERTO

No levantamento da Serasa e da Opinion Box, 53% dos entrevistados citaram o cartão de crédito como uma dívida que tiveram e não conseguiram pagar. Nesse tópico, que podia ter mais de uma resposta, 34% mencionaram crediário, carnês ou cartão de lojas e 32%, contas básicas, como água, luz e gás.

E o que compram com o cartão de crédito? Alimentos no supermercado, responderam 69% dos entrevistados. Ou seja, o instrumento é usado principalmente para as despesas mais básicas.

De acordo com o Banco Central, o uso do crédito rotativo, aquele concedido para quem não quita sua fatura de cartão, chegou a nível recorde em outubro. Naquele mês, foi um volume de R$ 21,6 bilhões, o maior da série histórica do BACEN.

MAS COMO USAR MELHOR O CARTÃO?

Diante desse quadro, uma questão pode surgir: como usar melhor o cartão de crédito e evitar o uso do crédito rotativo, normalmente mais caro?

Algumas dicas que demos neste artigo podem ajudar nessa tarefa. Eis um resumo delas:

  • Controle as compras feitas: Se você faz compras de pequeno valor no cartão de crédito, pode ficar com a impressão de que o valor total da fatura não será tão alto. Mas é necessário controlar a quantia já usada no mês para que a conta não venha acima de suas posses;
  • Lembre-se de que a conta vai chegar: como ao usar o cartão de crédito você não desembolsa nada, pode ficar com a ilusão de que o dinheiro é infinito. Ou como no caso acima. Por isso, é bom lembrar que a conta vai chegar quando a fatura do mês fechar;
  • Cuidado com o crédito rotativo: esse é um tipo de empréstimo a quem não consegue quitar o total da fatura até o vencimento, mas que paga o valor mínimo dela ou mais. As taxas do rotativo são bem altas e podem fazer o valor a ser pago com cartão de crédito aumentar muito. Então, se não conseguir quitar o valor total, busque alternativas, como o parcelamento do saldo, que tem taxas menores;
  • Estabeleça um limite de cartão coerente: se o limite do cartão for muito superior ao que você ganha, a fatura pode induzir ao aumento de gastos. Então, quando a fatura vier, vai ser mais difícil conseguir pagar. Por isso, defina um limite que combine com sua renda.

Quer uma palavra de especialista? Então confira as orientações que nossa colunista, a economista Dirlene Silva, para fazer do cartão de crédito um aliado para você.