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Ele é a forma de pagamento mais usada no Brasil para adquirir esse bem. Segundo o boletim anual de 2020 da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), 52% das compras dos chamados veículos comerciais leves naquele ano foram pagas com financiamentos.
O financiamento de veículos é uma modalidade de empréstimo em que a instituição concede crédito ao cliente para a compra de um carro, moto ou outro veículo. Na operação, a instituição financeira repassa o valor do empréstimo que fez ao cliente à loja para quitar o valor do bem.
O empréstimo passa a ser pago em parcelas mensais e geralmente fixas. Como toda operação do tipo, ele tem taxas de juros, tarifas e seguros, além do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Nessa operação, o carro serve como garantia do empréstimo ao credor. Por isso, essa linha tem juros mais baixos do que outras modalidades, como o empréstimo pessoal comum ou o cheque especial.
O número de parcelas varia de um contrato para outro. Em geral, após a análise de crédito do cliente, a instituição oferece opções de financiamentos mais curtos, com parcelas menores, ou mais longos, com prestações mais baratas. E o consumidor opta por aquela que avaliar ser melhor para suas condições.
Quanto mais parcelas tiver o financiamento, maior tende a ser a taxa de juros cobrada. Esse é um fator que entra no cálculo, porque o crédito vai demorar mais para ser quitado, o que pode elevar a chance de ele não ser pago.
O documento do veículo fica em nome do comprador, mas ele não pode transferi-lo antes de quitar todo o financiamento. Isso porque a transação de crédito fica registrada também. É o chamado gravame. Quando terminar de pagar, o consumidor deve pedir à instituição financeira para tirar esse gravame do veículo junto ao Detran de seu estado.
Se as parcelas não forem pagas, o veículo pode ser apreendido pela instituição financeira que concedeu o crédito para se ressarcir do prejuízo. Por isso ele funciona como uma garantia da operação.
Importante destacar que isso só é feito depois de muitas tentativas de acordo. Afinal, é interesse do banco receber o valor da operação e do consumidor ficar com o veículo.
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Esse é o funcionamento geral da modalidade mais comum de crédito para adquirir um carro, que é o CDC (Crédito Direto ao Consumidor).
Ela ainda permite que o tomador do empréstimo faça o pagamento antecipado de parcelas ou até a quitação do crédito, se tiver o dinheiro para isso. Essas operações costumam envolver descontos, então, se conseguir antecipar, você pode economizar dinheiro.
Antes de iniciar o processo de compra, é importante que o consumidor faça um planejamento financeiro.
Essa avaliação inclui fazer as contas de qual valor de parcela ele poderá pagar sem comprometer as demais despesas de seu dia a dia, como aluguel, contas de luz e água, condomínio, supermercado e lazer.
Também devem entrar nessa conta os gastos com o próprio veículo. Combustível e manutenção, impostos e licenciamento, além do seguro. Afinal, eles também vão consumir uma parte do seu orçamento, pois o uso do veículo vai acarretar nesses gastos.
Depois de fazer seu planejamento financeiro para a compra, começa a pesquisa pelo carro. Modelo, quilometragem, potência do motor, condições mecânicas e físicas se for um carro usado, por exemplo. Tudo precisa ser avaliado com cuidado.
Escolhido o veículo, vem a fase do pagamento. Se for com o financiamento, o processo deve envolver uma pesquisa para buscar a oferta mais vantajosa, de acordo com seu planejamento e condições de pagamento.
Muitas lojas são conveniadas a alguma instituição que oferece crédito para a compra. Clientes bancários podem conseguir também uma oferta no banco em que possuem conta. Avalie a melhor opção para você.
Para isso, além da taxa de juros em si, compare também o Custo Efetivo Total, o CET, que é o percentual efetivamente cobrado na operação e inclui ainda o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), taxas administrativas, seguros e outras tarifas.
Depois de encontrar a melhor oferta de financiamento, feche o contrato da operação. Para isso, serão necessários alguns documentos, como RG, CPF, comprovante de residência e de renda. Melhor deixar tudo separado.
A instituição vai repassar o valor do crédito que concedeu a você para pagar o carro na revenda. O documento, como dissemos, sai em seu nome, mas com restrição para transferência - você não pode vendê-lo antes de quitar o empréstimo.
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Essa porcentagem varia com as condições oferecidas de uma instituição para outra.
Algumas permitem até que 100% do carro seja financiado. Essa condição é boa para quem não tem dinheiro guardado para fazer a aquisição e, assim, precisa de todo o montante. Mas é bom levar em conta que essa alternativa pode envolver juros maiores, algumas vezes.
Outras instituições financeiras exigem que seja dada uma entrada e o valor restante é que entra na operação de crédito. A porcentagem dessa entrada varia de um banco para outro. Ela é paga pelo comprador do carro como parte da quitação do valor do veículo.
Por outro lado, o consumidor pode ter uma quantia guardada para a operação, até maior do que a entrada exigida. Se for o seu caso, pode valer a pena usá-la. Quanto maior a entrada, menor tende a ser o valor dos juros cobrados.
Sim, ele pode. A operação não é voltada apenas a veículos novos, 0 km. A aquisição de um carro usado ou seminovo também pode ser feita com a ajuda de um crédito.
Nesse caso, há um ponto a mais a prestar atenção: algumas financeiras limitam a idade do carro a ser comprado por meio do crédito. Em geral, quando há esse limite, ele é de 10 anos de fabricação.
O carro usado é mais barato e, portanto, mais acessível. Por outro lado, se essa for sua opção, preste muita atenção para a parte mecânica do veículo. Se possível, leve com você um profissional de sua confiança para avaliar essas condições do carro.
Afinal, se ele estiver com algum problema que você não conseguiu detectar e que apareça logo depois da compra, seria muito desagradável ter que parar o bem recém-adquirido na oficina para reparos, gerando ainda mais gastos, não é mesmo?
Não, enquanto o empréstimo não for quitado. Se for querer vendê-lo antes do prazo final do contrato, vai precisar pagar o que resta do crédito.
Mas o negócio pode ser fechado da seguinte forma: o comprador do seu veículo paga uma parte do valor combinado a você e a outra parcela é usada para quitar o empréstimo. Assim ele vai poder transferir a propriedade do bem.
Perceba que, de qualquer forma, sempre será necessário pagar toda a dívida com a instituição financeira para fazer a transação.
Isso porque um carro financiado tem um gravame. Ele é um lançamento sobre o registro do bem para informar que ele está atrelado a algum contrato de financiamento, servindo como garantia para o negócio.
No caso do carro, quando o empréstimo for quitado, a instituição deverá informar ao Detran do estado onde ele está registrado que a dívida está paga. Com isso, será feita a baixa do gravame no registro. O veículo poderá, então, ser transferido de proprietário.
Ao longo de um financiamento mais longo, como 5 anos, o comprador pode querer trocar o carro. Mas, com o contrato ainda em andamento e sem dinheiro para quitá-lo, como fazer?
A resposta pode estar na própria instituição que concedeu o crédito. Algumas delas permitem a troca do veículo da garantia do financiamento na vigência do contrato.
Nessa operação, o contrato de financiamento segue no nome daquele comprador, mas algumas alterações deverão ser feitas para que a troca seja efetivada.
Mas há condições para que essa transação financeira seja realizada. As mais comuns são:
uma quantidade mínima de parcelas já pagas do atual contrato. Há bancos que permitem essa troca a partir de 3 prestações quitadas;
que o novo veículo seja de ano e modelo igual ou superior ao atual;
a documentação do veículo atual deve estar em dia, com IPVA, licenciamento e eventuais multas e taxas obrigatórias quitadas.
A pandemia trouxe uma necessidade extra de ter um carro. Fazer os deslocamentos no próprio veículo se tornou uma forma de escapar das aglomerações do transporte público e, assim, evitar o contágio.
Além disso, o carro pode se transformar em uma ferramenta para buscar renda extra, sendo motorista de aplicativo de transporte ou ainda fazendo entregas nas horas vagas.
Esses foram dois dos três principais motivos apontados como fatores para comprar um carro em uma pesquisa realizada pela Globo Insights e divulgada no início de 2021.
Entre os entrevistados que não têm carro, mas pretendem comprar um, 55% citaram a pandemia como principal motivo para fazer a aquisição. A intenção de trabalhar como motorista de aplicativo foi citada por 14%, e outros 14% disseram entender que é um bom momento para a compra.
O levantamento ainda revelou que 55% de todos os entrevistados usavam o ônibus como meio de transporte antes da pandemia, percentual que caiu para 34% no período pós-pandemia. O uso de carro subiu um pouco: de 40% para 43% dos pesquisados.
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Quem não tem dinheiro para comprar um carro à vista conta com outras opções para parcelar a compra, mas elas são menos usadas no Brasil do que o CDC, que é o financiamento tradicional. Vamos destacar duas delas e suas características, abaixo:
Essa modalidade funciona como um contrato de aluguel com opção de compra no final. No arrendamento mercantil, como também é chamado, a instituição financeira paga o veículo para a revenda e o “aluga” para a pessoa que quer comprar o carro.
Ao longo do contrato, esse cliente paga as prestações, que funcionam como aluguéis. No final, ele pode renovar o contrato, encerrá-lo ou comprar o bem da arrendadora, pagando o valor restante. A possibilidade da aquisição é prevista em contrato.
Uma característica do leasing é que o carro fica em nome da arrendadora, não de quem está tomando o empréstimo, enquanto o contrato estiver vigente.
Outro ponto é que ele não permite a antecipação de pagamento do empréstimo, o que, no financiamento tradicional, muitas vezes possibilita abater juros e outras taxas.
As parcelas normalmente são fixas e a pessoa que faz a operação com a financeira sabe o valor que vai pagar desde que fecha o negócio.
O consórcio não é um financiamento clássico. A pessoa interessada em comprar o carro faz parte de um grupo com outras pessoas que também querem adquirir um veículo. Esse grupo é organizado pela administradora de consórcios.
As pessoas que fazem parte desse grupo pagam prestações mensais que variam de acordo com o preço do veículo que se quer adquirir. Então, ele não tem tanta previsibilidade em relação a valores. Além disso, a administradora cobra uma taxa para gerir o grupo.
Para receber o veículo que está sendo pago, há três possibilidades. Uma delas é o sorteio mensal, em que a pessoa sorteada recebe a carta de crédito para fazer a aquisição. Outra é quando os consorciados oferecem lances, que são adiantamentos de parcelas. Em geral essa rodada também é mensal e vence quem der o maior lance.
Por fim, se não foi sorteada nem conseguiu dar lances ao longo do contrato, a pessoa recebe a carta de crédito para adquirir o veículo no final da vigência dele.
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