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Vantagens incluem facilidade na transferência de informações bancárias e taxas mais baixas
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05.02.2021
controle
seus gastos
PorRedacao PAN
Toda vez que você decide trocar de banco precisa passar por um processo extremamente lento e cheio de burocracias.
Isso acontece porque é necessário começar uma relação do zero com a nova instituição financeira e deixar de lado o histórico de suas movimentações com o atual banco, como histórico de pagamento, transferências e salários recebidos.
O Open Banking chegou para colocar um ponto final nessa situação e oferecer muito mais liberdade de escolha para o cliente.
O Open Banking é uma iniciativa do Banco Central. Ele vai permitir que instituições financeiras integrem seus sistemas e compartilhem entre si, de forma segura, dados pessoais e financeiros dos seus clientes. Ele começou a ser implantado no dia 1º de fevereiro.
Segundo Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, o Open Banking está para o sistema financeiro assim como a internet está para a sociedade. O anúncio da fase 1 do projeto foi realizado em uma live no YouTube e está disponível na íntegra no canal do Banco Central.
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Open Banking é um sistema que permite ao cliente de uma determinada instituição financeira levar suas informações pessoais e bancárias para outra instituição.
Esse compartilhamento, que só será feito com o consentimento dos clientes, de forma segura e com total privacidade, trará novas oportunidades para ambos os lados.
Para o cliente: mais liberdade na hora de escolher o banco de sua preferência;
Para a instituição: a possibilidade de criar produtos e serviços específicos que atendam algumas necessidades específicas do consumidor.
Se os bancos agora podem compartilhar mais dados, eles devem oferecer taxas mais baixas tanto para pessoas físicas como jurídicas, que são as empresas.
A lógica é a seguinte: imagine que você tem um histórico de fazer pagamentos em dia e, por isso mesmo, tem crédito alto num determinado banco.
Quando abre uma conta num novo banco, começa tudo do zero. Leva anos para conseguir ganhar a confiança desse novo banco porque ele não sabe se você paga as contas em dia.
Com o Open Banking você poderá compartilhar o seu histórico com o novo banco, que poderá oferecer taxas mais baixas e limites mais altos desde o início da sua relação com o cliente.
Além disso, os bancos vão disputar os melhores clientes, oferecendo as melhores condições, como taxas e juros mais baixos.
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Você passará a ter mais liberdade de escolha do banco que quer usar. É mais ou menos como acontece com operadoras de telefonia celular.
Quando você quer mudar de uma para a outra, nenhuma operadora pode impedir que você saia. É a sua escolha como cliente que mais pesa.
Com bancos, vai ser mais ou menos a mesma coisa. Não existirá muito mais a chamada “barreira de saída”. Como outros bancos vão conseguir ter acesso ao seu histórico, vai ficar mais fácil trocar de banco, seja por condições melhores, conveniência ou qualquer outro motivo.
Justamente por isso os bancos vão oferecer serviços cada vez melhores. Será um diferencial para conseguir ganhar a preferência. Isso inclui a experiência digital, com aplicativos, sites e canais de atendimento online.
Os seus dados passam a ficar mais seguros. Pode até parecer o contrário quando você lê o nome “open banking”, que em inglês significa “banco aberto”. Embora você possa imaginar que seus dados fiquem abertos para qualquer um acessar e compartilhar, não é nada disso! Existem regras, leis e fiscalização para o uso dos dados.
Com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), que entrou em vigor no Brasil em agosto de 2020, se alguém descumprir os padrões de segurança, pode sofrer punições como multas e até perder o direito de armazenar dados de clientes.
A resposta é sim. O sistema é seguro. O fato de os dados poderem ser compartilhados não quer dizer que eles ficarão soltos. Há camadas de proteção para o tratamento desses dados e as instituições financeiras serão responsáveis por essa segurança.
O Banco Central diz que as instituições são responsáveis pela segurança do compartilhamento dos dados e destaca que as regras do sistema preveem “mecanismos de acompanhamento e controle do processo de compartilhamento e de regras específicas de responsabilização da instituição e de seus dirigentes”.
Outro ponto a destacar é que os dados do cliente só poderão ser compartilhados depois de sua autorização e com quem ele permitir. E haverá 3 etapas para isso acontecer:
Consentimento - deverá ser solicitado pela instituição com linguagem clara e objetiva e deixando bem explicado para qual objetivo aquele consentimento está sendo pedido;
Autenticação - será necessária a autenticação por meio eletrônico, como uma senha pessoal do cliente, que será sua autorização;
Confirmação - depois de dar a autorização, o cliente ainda terá que confirmar se realmente quer seguir com o procedimento.
Essas 3 etapas, segundo o Banco Central, devem ser realizadas “ com segurança, agilidade, precisão e conveniência, de forma sucessiva e ininterrupta”.
Alguns países estão mais avançados e são considerados exemplos para o funcionamento do Open Banking. Neste grupo, podemos citar Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, que estão mais avançados no sistema.
Mas o Brasil não deve ter dificuldade para implantar totalmente o open banking. A pesquisa de tecnologia bancária da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), feita em parceria com a consultoria Deloitte, indicou que 56% das transações no Brasil já são realizadas por canais digitais.
Ou seja, o uso da internet para operações bancárias não é novidade para mais da metade da população brasileira.
O mesmo estudo mostra que 15 bancos já usam tecnologias de ponta, como inteligência artificial, robótica, big data, analytics e conceitos de compartilhamento de dados em seu dia a dia. Isso significa que eles estão preparados para lidar com essa nova tecnologia.
Outro ponto a favor do país, segundo o estudo, é que surgem fintechs em uma velocidade acima da média — e elas ajudam a acelerar a adoção de novas tecnologias.
Com todos esses pontos a favor, o Brasil deve em poucos anos ter tecnologia próxima à dos países que hoje são referência.
A fase 1 da implantação, lançada em fevereiro de 2021, ainda não prevê todos os benefícios para os clientes.
Por enquanto, os bancos vão apenas implementar o Open Banking necessário para que seja possível comparar produtos e serviços financeiros disponíveis nas instituições, conforme explicou o Banco Central. É, portanto, uma fase bem inicial.
Em seguida, vêm as outras fases. No dia 24 de junho, o Banco Central divulgou uma atualização do calendário. Ele ficou assim:
Fase 2 (15 de julho): Instituições financeiras vão poder compartilhar os dados cadastrais e transacionais dos clientes — mas sempre com a expressa autorização deles;
Fase 3 (30 de agosto): Compartilhamento de serviços de transferências pelo PIX;
Fase 4 (15 de dezembro): Compartilhamento entre as instituições de dados sobre operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência;
15 de fevereiro de 2022: Compartilhamento de serviços de transferências entre contas do mesmo banco e TED;
30 de março de 2022: Compartilhamento do envio de propostas de operações de crédito a clientes que aderirem ao Open Banking;
31 de maio de 2022: Compartilhamento de dados de clientes que derem autorização sobre demais operações financeiras, como câmbio, investimentos, previdência e seguros;
30 de junho de 2022: Compartilhamento de serviços de pagamento por boleto;
30 de setembro de 2022: Compartilhamento de serviços de débito em conta.
Agora que você já sabe o que é Open Banking e os benefícios que ele pode te trazer, veja as novidades do PIX, que vai permitir parcelar compras, fazer saques e colocar contas no débito automático.
*Texto atualizado em 25/06/2021
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