O que você vai ler neste artigo:
Indicador funciona como “termômetro” da economia do país e, no Brasil, é calculado pelo IBGE
ARTIGOS
•
12min. de leitura
•
01.06.2021
controle
seus gastos
PorRodrigo Chiodi
*Atualizado em 2.jun.2022, com dados do 1º trimestre de 2022
Você já ouviu falar de PIB, sigla para Produto Interno Bruto? A cada 3 meses, mais ou menos, ele volta a ser notícia, porque é quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), responsável pelo cálculo do indicador no Brasil, divulga os resultados de cada trimestre.
O PIB é um indicador econômico que mostra como está a atividade econômica do país. No 1º trimestre de 2022, ele subiu 1% comparado com o 4º trimestre de 2021, segundo divulgou o IBGE nesta quinta-feira (2).
Já em relação ao mesmo período do ano passado (o 1º trimestre), o crescimento foi de 1,7%.
No acumulado dos quatro trimestres terminados em março de 2022 (últimos 12 meses), o PIB cresceu 4,7%.
No 1º trimestre de 2022, o PIB do Brasil foi de R$ 2,2 trilhões, segundo o cálculo do IBGE.
Já no acumulado de todo o ano passado, 2021, o PIB subiu 4,6% em relação a 2020, segundo divulgou o IBGE no dia 4 de março. Isso significa que a economia do Brasil cresceu no ano passado. Ao longo de 2021, o PIB total do Brasil foi de R$ 8,7 trilhões.
Em 2020, o PIB tficou negativo em -3,9%, ou seja, naquele ano, a economia do país encolheu.
O IBGE divide o PIB em 3 setores da economia. Na comparação com o 4º trimestre de 2021 (que foi o trimestre imediatamente anterior ao resultado ora divulgado), a agropecuária teve uma queda de -0,9%. A indústria cresceu 0,1% e o setor de serviços subiu 1,0%.
No texto em que explicou o desempenho da economia do país em 2021, Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, disse que, “dentro dos serviços, o maior crescimento foi de outros serviços, que tiveram alta de 2,2%, no trimestre, e comportam muitas atividades dos serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação”.
De acordo com ela, “muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia”.
Além disso, ainda dentro de serviços, houve crescimento de 2,1% em Transporte, armazenagem e correio.
Isso porque “houve aumento do transporte de cargas, relacionado ao aumento do e-commerce no país nesse período, e do de passageiros, principalmente pelo aumento das viagens aéreas, outra demanda represada na pandemia”, disse a pesquisadora.
A especialista destacou que o consumo das famílias, que cresceu 0,7% no primeiro trimestre, está relacionado ao arrefecimento da pandemia.
“No consumo das famílias, a demanda também está relacionada aos serviços que são principalmente feitos de forma presencial, como as atividades ligadas a viagens”, disse Palis.
O IBGE destacou que, com esse resultado, o PIB está 1,6% acima do patamar do 4º trimestre de 2019, período pré-pandemia, e 1,7% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, no 1º trimestre de 2014.
O Produto Interno Bruto (PIB) é um valor em dinheiro que corresponde à soma de todos os bens e serviços finais produzidos em um país ou região durante certo tempo.
Por bens e produtos finais entende-se tudo aquilo que chegou ao consumidor final, e não as matérias-primas utilizadas no processo, por exemplo.
Normalmente, o que ocupa os noticiários é a variação desse valor. Essa porcentagem é um índice que funciona como “termômetro” da economia de um país.
Se ela é positiva, significa que a produção, as vendas e até mesmo a geração de empregos está crescendo. Por outro lado, uma variação negativa significa que a atividade econômica do país está caindo. Quando isso acontece, normalmente o desemprego aumenta.
Leia também: Taxa de desemprego: como é feito o cálculo
Importante aqui destacar que os produtos e serviços de empresas multinacionais produzidos no Brasil contam para o nosso PIB. Por outro lado, aquilo que é feito por empresas brasileiras em unidades fora do país entram no cálculo do índice daquela região onde elas estão.
Muitas vezes, o PIB é usado também para comparar o tamanho das economias dos países. E, então, aparecem listas com as maiores economias do mundo, baseadas no valor desse indicador, normalmente convertido para dólares. É uma comparação válida, pois ele mede o que o país produziu durante um determinado período.
Mas, por outro lado, é importante não confundir PIB com o total de riqueza existente em um país ou com o dinheiro que o governo federal tem em caixa (Tesouro Nacional).
Há várias maneiras de calcular o PIB. A primeira e mais fácil é considerando a produção, com a soma de todas as vendas que foram feitas no ano para o consumidor final. Mas sempre só o valor do produto final, sem considerar suas matérias-primas, que são os materiais usados na fabricação dele.
O próprio IBGE dá um exemplo ao explicar o indicador. Um país que produz R$ 100 de trigo, R$ 200 de farinha de trigo e R$ 300 de pão terá um PIB de R$ 300, pois os valores da farinha e do trigo já estão incluídos no valor do pão, porque são as suas matérias-primas.
Entram nessa conta apenas bens e serviços produzidos no período que está sendo avaliado. Um carro fabricado em 2019, mas vendido em 2020, entrará apenas na conta do PIB de 2019.
Outra maneira de calcular o PIB é pela soma da renda de todas as pessoas envolvidas na produção. Aí sim, no caso do pãozinho, a soma considera a remuneração do padeiro, do dono e dos operários da indústria de farinha e dos produtores do trigo.
Na prática, o cálculo do PIB é um quebra-cabeça montado pelos economistas a partir de diversos dados, como Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), Produção Agrícola Municipal (PAM) e Balanço de Pagamentos do Banco Central.
Como PIB é dinheiro, economistas precisam fazer algumas correções no cálculo para considerar inflação ou deflação de produtos e serviços produzidos.
Quando a conta considera apenas o valor dos produtos e serviços no preço que ele tinha ao ser incluído na conta - os chamados “preços correntes” - , o resultado é o PIB nominal.
Mas os preços mudam com o tempo, com o efeito da inflação, não é mesmo? Você sente isso no bolso, quando vai ao supermercado. Se há um ano conseguia comprar uma certa quantidade de arroz com R$ 10, hoje em dia compra menos arroz com essa grana.
Leia também: O que é inflação
Para tirar esse efeito da inflação do cálculo e saber quanto o PIB variou de verdade, é usado o PIB real. Ele é calculado com um conceito de “preços constantes”, que usam os valores de um ano como base e, na comparação, descontam a variação dos preços com a inflação.
Por exemplo, para calcular a produção de 2020, toma-se 2019 como ano-base, desconsiderando a variação de preços de um ano para outro. Assim, é possível saber se a produção foi de fato maior ou menor.
O PIB per capita é a divisão do PIB pelo número de habitantes do país. Ele mede o quanto da produção anual de um país caberia a cada pessoa se todos recebessem em partes iguais.
Se, de um ano para outro, o PIB aumentar menos do que o crescimento da população, o valor per capita será menor.
Em 2020, ano de pandemia e crise econômica, o PIB per capita foi de R$ 35.172, o menor valor da série histórica.
Leia também: O que é taxa Selic e como ela afeta sua vida
Vale dizer que tanto esse dado quanto o total do PIB é apenas um indicador que faz um resumo da economia, uma síntese.
Isso porque nem o PIB nem o PIB per capita refletem o padrão real de vida da população. Novamente, a observação do IBGE sobre o indicador que ele calcula: ele deixa de fora fatores importantes, como distribuição de renda, qualidade de vida, saúde e educação.
Para terminar esse artigo, vamos usar a frase do próprio IBGE sobre o indicador e suas comparações possíveis: “Um país tanto pode ter um PIB pequeno e ostentar um altíssimo padrão de vida, como registrar um PIB alto e apresentar um padrão de vida relativamente baixo”.
PALAVRAS-CHAVE
ARTIGOSCONTROLE SEUS GASTOSECONOMIA
Política de PrivacidadeCookies que utilizamos
MAPA DO SITE:
Siga a gente
Aprenda a economizar, organizar as suas finanças e fazer o seu dinheiro render mais