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Quase 4 em cada 10 brasileiros (38,45%) adultos estiveram em situação de inadimplência em abril, segundo levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil)

De acordo com a pesquisa, há mais de 60 milhões de brasileiros (exatamente 61,94 milhões) inadimplentes, o que representa um avanço de 5,59% em relação ao mês anterior (março).

O presidente da CNDL, José César da Costa, explicou em um comunicado que as consequências da pandemia impactam diretamente no aumento da inadimplência.

“O desemprego elevado é, sem sombra de dúvidas, um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo país e isso está ligado diretamente ao retorno do crescimento econômico, que ainda não alavancou”, disse. 

Entre as causas apontadas pelo aumento da inadimplência, além da pandemia em si, estão a inflação e a redução da renda da população.

A maior concentração de inadimplentes tem de 30 a 39 anos, sendo 15,36 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nessa faixa etária. Ou seja, 44,89% da população com essa faixa de idade no Brasil.

O mesmo levantamento também apontou um aumento de 9,89% no número de endividados no país. No entanto, é importante lembrar que nem sempre a dívida é algo ruim.

Uma pessoa que adquire um imóvel financiado, por exemplo, adquire uma dívida. O grande problema disso é perder a capacidade de pagamento, que é a inadimplência. 

CADA NEGATIVADO DEVE, EM MÉDIA, R$ 3.518,84

A pesquisa mostrou também que cada consumidor negativado devia mais de R$ 3,5 mil (exatamente R$ 3.518,84) na soma de todas as contas não pagas. 

Considerando todas as dívidas, cada inadimplente devia, em média, para quase 2 empresas (1,87 empresas credoras).

Veja abaixo os setores que concentram a maior parte das dívidas: 

  • Bancos: 57,93%

  • Comércio: 14,01%

  • Setor de água e Luz: 11,29%

  • Comunicação: 9,60%

No mesmo comunicado de divulgação da pesquisa, o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, falou que o “cenário econômico do país ainda é muito complicado” e destacou a importância de "construir uma reserva de emergência”.

Já a especialista em finanças da CNDL, Merula Borges, orientou os consumidores a priorizar a negociação e pagamento das dívidas que têm juros mais altos. 

“A dica é que o consumidor sempre pague a fatura total do cartão e quando não for possível recorra a linhas de crédito mais baratas para não cair em um efeito bola de neve e acabar com uma dívida impagável, piorando ainda mais a situação”, disse.

Para seguir as orientações financeiras dos especialistas, veja neste artigo como fazer uma reserva de emergência para resolver “perrengues chiques”.

E, se mesmo assim a situação estiver difícil, veja neste artigo quais contas priorizar em caso de falta de grana.