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‘Inflação do motorista’, medida pela FGV, alcança maior nível em 21 anos, puxada exatamente pelo preço dos combustíveis
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25.10.2021
controle
seus gastos
PorRedacao | Millena PAN
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (25) um novo reajuste nos preços de gasolina e óleo diesel para as distribuidoras. Os novos valores passam a vigorar a partir desta terça-feira (26). O litro da gasolina terá alta de 7,04% nas refinarias. Já o diesel subirá 9,15%.
Com a alta, o preço médio de venda da gasolina passará de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro. O reajuste médio é de R$ 0,21 por litro. O valor da gasolina nas refinarias já tinha sido reajustado em 7,2% no último dia 9.
Já o litro do diesel, que não foi alterado no último reajuste, passará de R$ 3,06 para R$ 3,34. O aumento médio é de R$ 0,28 por litro.
Puxada pelo aumento do preço dos combustíveis, a “inflação do motorista” é a maior dos últimos 21 anos, de acordo com pesquisa realizada pela FGV (Fundação Getulio Vargas). No acumulado de 12 meses, o valor de itens usados pelos motoristas subiu 18,46%, segundo a instituição.
Para fazer o cálculo, a FGV pesquisou quanto custam os combustíveis (gasolina, etanol, por exemplo), assim como pedágio, estacionamento, licenciamento e IPVA, carro novo, carro usado e até peças e acessórios.
A constatação da FGV foi que, de maneira geral, a alta desses preços combinada foi a maior dos últimos 21 anos.
A FGV mostrou que os principais vilões para o bolso do motorista são os combustíveis. Segundo a medição da instituição, a gasolina subiu 40,46% desde novembro do ano passado. O etanol registrou 64,45% de aumento.
Até mesmo aqueles motoristas que optaram por ter um carro a gás para economizar, viram o GNV (gás natural veicular) aumentar 37,11% nos últimos 12 meses.
Veja abaixo os itens pesquisados pela FGV e o aumento (ou queda) dos preços de cada um deles no acumulado dos últimos 12 meses:
Automóvel Novo: 11,27%
Automóvel Usado: 8,44%
Motocicleta Nova: 7,85%
Etanol: 64,45%
Gasolina: 40,46%
Gás Natural Veicular: 37,11%
Peças e Acessórios: 12,06%
Óleo lubrificante: 9,96%
Serviços de oficina: 2,21%
Estacionamento e Garagem: 2,41%
Pedágio: 1,48%
Seguro facultativo para veículo: -0,23%
Aluguel de veículo: 2,31%
Licenciamento e IPVA: 1,27%
O pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV Matheus Peçanha escreveu, em comunicado que relata esse indicador e que foi enviado ao Blog Amigo do Dinheiro, que o preço da gasolina e do GNV seguem as cotações do petróleo e do câmbio no mercado internacional.
Isso faz com que os preços estejam tão elevados e em elevação.
Peçanha disse que o valor do barril de petróleo tem subido consecutivamente por causa da política de restrição de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Com menor produção, mais altos ficam os preços.
Além disso, a moeda brasileira ficou desvalorizada diante do dólar. Como os preços da gasolina e do GNV são cotados na moeda estrangeira, os preços ficam mais caros quando o dólar se fortalece em relação ao real.
Já o etanol é influenciado pela produção da cana-de-açúcar, que foi atingida pela seca e pelas geadas do inverno passado. Com a queda da produção, aumentam os preços.
Aliás, os motoristas ainda foram prejudicados pela produção de veículos. A FGV mostrou que comprar um automóvel novo está 11,27% mais caro. Uma moto nova custa em média 7,85% a mais.
Já o preço dos carros usados subiu 8,44% nos últimos 12 meses. Peças e acessórios tiveram aumento de 12,06%.
“A indústria automotiva teve um grave problema ao longo deste ano com escassez de matéria-prima para fabricação de chapas, peças e acessórios, o que causou praticamente uma ausência de automóvel e motocicleta novos e encareceu o processo de produção, elevando o preço ao consumidor”, disse Peçanha num comunicado da FGV enviado ao Blog Amigo do Dinheiro.
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Dos dias 17 ao 23 deste mês, o preço da gasolina voltou a aumentar, de acordo com pesquisa semanal realizada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Agora, o valor médio da gasolina no Brasil é de R$ 6,361.
Veja abaixo a evolução do preço médio da gasolina nas últimas semanas, de acordo com a ANP:
26 de setembro a 2 de outubro: R$ 6,092
3 a 9 de outubro: R$ 6,117
10 a 16 de outubro: R$ 6,321
17 a 23 de outubro: R$ 6,361
Há ainda 8 estados nos quais a gasolina já é comercializada a mais de R$ 7. Veja abaixo a lista desses locais e os maiores preços encontrados em cada um deles:
Acre: R$ 7,30
Mato Grosso: R$ 7,047
Minas Gerais: R$ 7,099
Paraná: R$ 7,090
Piauí: R$ 7,159
Rio de Janeiro: R$ 7,399
Rio Grande do Sul: R$ 7,499
Ceará: R$ 7,10
Já o etanol agora custa, em média, R$ 4,875 no Brasil, de acordo com a pesquisa da ANP, na semana do dia 17 ao 23 deste mês.
Veja abaixo a evolução do preço médio do etanol no Brasil, segundo a ANP:
26 de setembro a 2 de outubro: R$ 4,736
3 a 9 de outubro: R$ 4,775
10 a 16 de outubro: R$ 4,819
17 a 23 de outubro: R$ 4,875
O valor médio do botijão de 13 kg do gás de cozinha também aumentou mais uma vez. Nesta última semana pesquisada pela ANP, o preço médio foi de R$ 101,91.
Na semana passada, o valor médio do botijão do gás de cozinha era R$ 100,44. Foi, então, a primeira vez que o item passou da barreira dos R$ 100. Em alguns locais, o produto custa até R$ 135.
Aproveite para ver 7 dicas que vão te ajudar a não deixar o seu salário todo no posto de gasolina. São formas de economizar uma grana com gasolina, num momento em que os preços estão aumentando tanto.
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