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Estudo do Ipea mostrou que taxa avançou de 0,65% para 0,74% para esse segmento. Nas demais faixas, índice recuou no mês
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19.01.2022
controle
seus gastos
PorRedacao | Millena PAN
A inflação desacelerou para todas as faixas de renda em dezembro de 2021, exceto uma: a mais baixa de todas, das famílias que ganham menos de R$ 1.650,50. Para elas, a alta dos preços passou de 0,65% em novembro para 0,74% em dezembro.
Com isso, a alta dos preços para essas famílias de renda mais baixa em dezembro foi superior até à alta geral dos preços no país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que ficou em 0,73%.
A comparação é feita pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que produz mensalmente o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, com base nos dados que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) coleta para calcular o IPCA, a inflação oficial do país.
Trata-se de uma comparação baseada nos produtos mais consumidos em cada faixa de renda e na participação deles no orçamento de cada família.
É desta forma que o instituto consegue medir a faixa de renda que foi mais impactada pela alta geral dos preços.
Para as classes mais baixas de renda, contribuíram para a alta dos preços: o reajuste das carnes (1,4%), das frutas (8,6%) e dos óleos e gorduras (2,2%), aliado à alta de 0,98% da alimentação fora do domicílio.
Além disso, houve aumentos de energia (0,50%), da tarifa de água e esgoto (0,65%), do gás encanado (6,6%), dos aluguéis (0,65%) e dos artigos de higiene (2,3%).
Veja abaixo como ficou a alta dos preços para cada faixa de renda na comparação de novembro com dezembro, de acordo com o Ipea:
Renda muito baixa (menor que R$ 1.650,50): de 0,65% para 0,74%
Renda baixa (entre R$ 1.650,50 e R$ 2.471,09): de 0,76% para 0,71%
Renda média-baixa (entre R$ 2.471,09 e R$ 4.127,41): de 0,94% para 0,72%
Renda média (entre R$ 4.127,41 e R$ 8.254,83): de 1,10% para 0,70%
Renda média-alta (entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66): de 1,08% para 0,70%
Renda alta (acima de R$ 16.509,66): de 1,02% para 0,82%
Embora a inflação só tenha acelerado na passagem mensal para as famílias de renda menor, é possível perceber pelos dados acima que a alta dos preços foi maior para as famílias de renda alta (0,82%).
Elas foram impactadas pelo aumento no preço das passagens aéreas (10,3%), do transporte por aplicativo (11,8%) e do aluguel de veículos (9,3%), que fizeram com que o grupo transporte fosse o principal responsável pela inflação deste segmento em dezembro.
Além disso, a alta dos serviços pessoais, principalmente os relacionados à recreação, como hospedagem (2,3%) e pacote turístico (2,3%) também contribuíram para a inflação desta classe no último mês de 2021.
Quando analisamos um recorte mais amplo, que é a inflação acumulada em 12 meses, houve forte aceleração inflacionária em todas as faixas de renda.
As maiores altas foram registradas pelas famílias de renda média baixa e renda média, com taxas de 10,4% e 10,26%, respectivamente.
Ambas ficaram acima da inflação geral do país medida pelo IPCA, que acumulou alta de preços de 10,06% em 12 meses.
Veja abaixo o impacto da inflação por faixa de renda em 12 meses:
Renda muito baixa: 10,08%
Renda baixa: 10,10%
Renda média-baixa: 10,40%
Renda média: 10,26%
Renda média-alta : 9,66%
Renda alta: 9,54%.
Os dados acima ainda mostram que foram as duas faixas de renda mais alta as que menos sofreram o impacto da inflação nos últimos 12 meses.
Foram justamente as duas faixas de renda mais alta que ficaram com a inflação acumulada em 12 meses abaixo daquela medida pelo IPCA (10,06%).
A pesquisadora Maria Andreia Lameiras, autora do indicador mensal, identificou que, no caso das famílias de renda muito baixa, a pressão inflacionária em 2021 veio, sobretudo, do grupo habitação (3,64%), impactado pelos reajustes de 21,2% das tarifas de energia elétrica e de 37% do gás de botijão.
Para as famílias de renda alta, o impacto foi maior no grupo transporte (5,35%), em virtude do aumento de 47,5% da gasolina e de 62,2% do etanol.
Para aliviar o aumento do preço do gás de cozinha, o governo está pagando neste mês, junto com o Auxílio Brasil, o auxílio-gás. Saiba mais sobre esse assunto aqui.
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