O que você vai ler neste artigo:
O cheque especial pode parecer uma solução fácil para quando o saldo da conta zera antes do fim do mês.
Mas não se engane: usá-lo sem planejamento pode causar dor de cabeça.
O limite pré-aprovado oferecido pelos bancos é uma das linhas de crédito mais utilizadas, mas também uma das mais caras do mercado, com taxa média de juros que pode ultrapassar os 300% ao ano.
Por isso, é preciso conhecer bem o que é o cheque especial e como ele funciona.
Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que 20% dos consumidores brasileiros que participaram do estudo utilizaram o crédito entre 2018 e 2019.
Destes, 43% afirmaram não saber as taxas de juros mensais cobradas pelo banco para uso dessa modalidade. Além disso, 1 a cada 3 (33,7%) disseram ter ficado com o nome sujo pela inadimplência por causa do cheque especial.
Para que você não se descontrole em suas finanças, este artigo vai explicar 3 pontos importantes sobre o limite pré-aprovado: o que é, como funciona e qual a melhor maneira de usá-lo sem comprometer o seu bolso depois.
O cheque especial é uma linha de crédito um pouco diferente de outras. Ele é liberado pelo banco de forma automática, sem a necessidade de análises mais aprofundadas sobre a vida financeira do cliente.
Você não precisa nem sequer comunicar ao banco que pretende usar o limite pré-aprovado.
Você consegue utilizá-lo automaticamente assim que sua conta fica negativa. Ou seja, em vez de bloquear a conta que fica no vermelho, o banco concede um limite a mais para cobrir eventuais despesas.
Por causa dessa facilidade de uso, muita gente recorre a este tipo de crédito para complementar o orçamento.
Ainda segundo o SPC Brasil, lidar com imprevistos, como doenças e medicamentos, é o principal motivo apontado por quem usa o limite pré-aprovado.
Os outros motivos citados pelos correntistas que recorrem ao socorro são:
Descontrole no orçamento
Pagamento de contas próximas ao vencimento
Manutenção de carros ou motos.
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Vale dizer que o cheque especial nada tem a ver com o cheque de talão, que é uma modalidade de pagamento à vista que pode ser usada pelo correntista, assim como o cartão de débito.
Quando o correntista usa todo o saldo de sua conta bancária, o banco empresta automaticamente um valor pré-aprovado. Assim, se você tiver R$ 100 na conta, consegue pagar um boleto de R$ 150 com o crédito, ou realizar um saque de R$ 200.
Como acontece com qualquer dinheiro que o banco empresta ao correntista, você vai pagar juros pelo uso do valor. E, como é pré-aprovada, a linha tem taxas mais altas do que outras modalidades.
O limite de cada pessoa é determinado pelas instituições financeiras considerando informações básicas do cliente, o que normalmente envolve apenas a quantia mensal média movimentada na conta, o histórico de pagamentos e o tempo de relacionamento com o banco.
Como ele dispensa análises de crédito mais complexas, é mais arriscado para o banco liberar esse tipo de empréstimo.
Por isso, a contrapartida é justamente o valor dos juros cobrados nessa modalidade.
É importante saber que as instituições financeiras não são obrigadas a conceder crédito aos clientes.
A disponibilidade do benefício depende do interesse do banco e do perfil de movimentação financeira do correntista.
As condições de uso, manutenção ou cancelamento do limite pré-aprovado devem aparecer no contrato que o correntista faz com a instituição financeira. E as informações de limite disponível podem ser facilmente conferidas no extrato da conta bancária.
Segundo dados do Banco Central (BACEN), a taxa média do cheque especial em 2019 chegou a 306,6% ao ano, o que equivale a juros mensais de cerca de 12%.
O valor é tão alto porque, embora as taxas sejam acrescidas ao valor principal todo mês, a cobrança é realizada por dia, sob juros compostos.
Isso quer dizer que no primeiro dia de uso do limite pré-aprovado, a taxa de juros incide sobre o valor total devido inicialmente.
Porém, no dia seguinte, ela é cobrada sobre o valor inicial mais o juro do dia anterior, e assim por diante.
A conta é complexa, por isso, os bancos são obrigados a avisar aos clientes que entram no crédito e, geralmente, oferecem ferramentas que ajudam a entender o real valor pago pelo empréstimo.
Para forçar uma redução nas altas taxas de juros, o Banco Central determinou, em janeiro de 2020, que as instituições financeiras não excedam a taxa de juros de 8% ao mês pela utilização do crédito pré-aprovado.
Porém, os bancos podem cobrar uma tarifa para deixar o dinheiro disponível na conta do cliente. Pela regra, quando o crédito liberado for maior do que R$ 500, os bancos poderão cobrar uma taxa de 0,25% ao mês, mesmo que o correntista não utilize o crédito disponível.
Diante do que explicamos, vem a dica de ouro: o crédito pré-aprovado só deve ser usado em ocasiões emergenciais e durante um curto período. Ele ajuda quando surge aquela despesa que precisa ser liquidada rapidamente.
No entanto, para contornar as altas taxas de juros ou uma possível inadimplência, você deve cobrir o valor que você utilizou do limite especial o mais rapidamente possível.
Alguns bancos oferecem aos clientes uma parte do limite pré-aprovado sem a cobrança de juros durante alguns dias. Não é necessariamente uma vantagem, já que, passado o período de isenção, as taxas podem ser muito altas.
Se você precisar recorrer ao socorro, não esqueça de olhar com atenção as cláusulas do contrato para se certificar de taxas e possíveis isenções. Assim, você pode utilizar o crédito com mais consciência e contorna empecilhos.
Outra dica é jamais considerar esse limite extra como parte do saldo da sua conta corrente, como se o crédito pré-aprovado fosse parte da sua renda.
Essa atitude pode fazer com que você gaste mais do que pode. O resultado vem em forma de descontrole financeiro e risco de endividamento.
Constituir uma reserva de dinheiro para imprevistos, por exemplo, pode ajudar o consumidor a não ter de depender dessa modalidade de crédito em momentos difíceis.
Se você estiver precisando de crédito por mais tempo, prefira outras modalidades com taxas de juros mais baixas, como o empréstimo consignado.
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