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OPINIÃO - Como o PIB impacta a vida dos brasileiros

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01.04.2022

 

PorRedacao | Millena PAN

O Brasil recebeu uma boa notícia há alguns dias: o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu 4,6% no ano passado. Como em 2020 havia sido registrada uma queda de 3,9%, por causa da pandemia, o resultado foi comemorado por ter superado as perdas daquele primeiro ano de Covid-19.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que publica o balanço do PIB, o resultado de 2021 também foi superior ao do fim de 2019 – último ano antes da crise do coronavírus. Isso significa, então, que a economia brasileira não só superou as perdas de 2020 como ainda teve um desempenho melhor do que o do último ano pré-pandêmico.

Como essa notícia impacta na vida dos brasileiros? Para responder a essa pergunta, é preciso entender melhor o que é e como se calcula o PIB.

O QUE É PIB?

De forma sucinta, o PIB anual é a soma de tudo o que produz em produtos e serviços finais ao longo de um ano em um país. O mesmo acontece nos estados e nas cidades. 

No ano passado, esse montante foi de R$ 8,7 trilhões no Brasil, segundo o IBGE.

É comum que os países separem os resultados do PIB por áreas – e, assim, consigam verificar quais tiveram melhores e piores desempenhos. No Brasil, essa divisão contempla três setores: os serviços, a indústria e a agropecuária.

Em 2021, o grande destaque veio dos serviços, que subiram 4,7%. Em outras palavras, isso indica um aumento significativo nas operações desse setor no ano passado. O mesmo se pode dizer da indústria, que cresceu 4,5% no ano. A agropecuária, ao contrário, retraiu em 0,2%.

No cálculo do PIB ainda entram as demandas da população, como o quanto as famílias consumiram, o tanto de investimentos que foram feitos ou o volume de gastos do governo, por exemplo.

O QUE MUDA NA VIDA DAS PESSOAS?

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Em primeiro lugar, o desempenho do PIB é um dos melhores indicadores de como a economia do país está caminhando. Logo, quando o resultado é positivo, o sinal é que as coisas estão indo bem.

Entre 2011 e 2014, por exemplo, o PIB cresceu a uma média de 2,3% por ano – e as pessoas lembram daquele período, de fato, como o último bom momento econômico do país.

Ao contrário, o Brasil teve duas graves quedas seguidas do PIB entre 2015 e 2016, de 3,5% e 3,3%, respectivamente. Da mesma forma, a população se recorda bem do cenário de crise daqueles anos.

Isso acontece porque o resultado do PIB mostra como está a situação de fatores importantes da economia, como o volume de pessoas trabalhando e a inflação.

Quando o PIB cresce, é sinal de que há mais empresas contratando, porque estão sendo estimuladas a produzir e ofertar mais. Da mesma forma, é uma indicação de que há mais gente empregada. 

Não é à toa que os serviços – que, como vimos, foi o setor que registrou o melhor resultado dentro do PIB de 2021 – também foram os que mais abriram vagas formais no ano passado: pouco mais de 1,2 milhão de pessoas.

O crescimento do PIB, porém, pode favorecer o aumento da inflação. Isso porque, quanto mais gente consome produtos e serviços, mais as empresas tendem a aumentar o valor deles. Explica-se, em parte, porque o ano passado teve um aumento de mais de 10% nos preços do mercado.

RECEIOS E OTIMISMOS

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Os resultados do PIB, porém, também impactam nas percepções dos brasileiros sobre o futuro. No ano passado, por exemplo, a Plano CDE perguntou o que eles achavam que aconteceria com seus rendimentos nos meses seguintes. Pouco mais de um terço (37%) respondeu que esperava por um aumento.

Ou seja, as boas perspectivas de melhora do PIB também faziam com que uma parcela significativa das pessoas estivesse otimista sobre sua renda.

A mesma coisa se pode dizer dos receios em gastar. Em 2020, durante o auge da pandemia, quando questionados sobre o que haviam cortado de suas despesas, a maioria da população citou coisas como comer fora de casa (64%), os momentos de lazer (64%) e o consumo de vestuário (56%).

No ano passado, diante da mesma pergunta, essas ainda eram as principais citações, mas em menor grau: 58% mencionaram ter cortado refeições na rua, por exemplo, enquanto 49% disseram que estavam comprando menos roupas e sapatos. Reflexo não apenas da reabertura gradual dos estabelecimentos ao longo do ano, mas também do aumento da segurança das pessoas em gastar.

Resumindo, esses números de aumento e queda do PIB, se parecem muito distantes e abstratos, não deixam de ter significados em nosso dia a dia. Muitas vezes, a população já sente os resultados do PIB antes da divulgação dos dados, na forma de oportunidades de emprego, aumento de salários etc. 

É muito importante entender como os grandes números da economia influenciam nosso cotidiano, para nos ajudar a tomar melhores decisões financeiras. 

LinkedIn: Breno Herman Mendes Barlach

Instagram: @planocde

*Esse artigo é de autoria do colunista Breno Barlach e não reflete necessariamente a opinião do Banco PAN.

 

 

 

 

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