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Inflação: voar pesa para renda alta, e ônibus afeta mais pobres

No acumulado dos 12 meses terminados em maio, segmento com menor rendimento é o mais impactado

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15.06.2022

 

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PorRedacao | Millena PAN

A inflação é um problema que assola todo o Brasil. E o setor de transportes foi o grande vilão no índice de maio. Enquanto as famílias de renda mais baixa sofreram com as tarifas de ônibus intermunicipal (1,2%) e interestadual (1,4%), o segmento com maior rendimentos viu uma disparada das passagens aéreas (18,3%).

Os dados são do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, produzido mensalmente pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), considerando a inflação oficial do país medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o levantamento, o segmento de renda mais alta foi atingido por uma inflação de 0,93% em maio, bem acima dos demais. Já o segmento de renda muito baixa, desta vez, ficou no outro extremo, com alta geral dos preços de 0,29%.

No mesmo período do ano passado, a situação foi inversa: o segmento de renda muito baixa sofreu com inflação de 0,92%. Já entre os domicílios de renda mais alta, a taxa apurada foi de 0,50%.

A desaceleração inflacionária para as famílias de menor renda partiu do desempenho do grupo “habitação”, que teve importantes reduções de preços da energia elétrica (8,0%) e do gás de cozinha (1%). 

No ano anterior, em maio, esses mesmos itens tiveram altas de 5,4% e 1,2%, respectivamente. Ainda no mesmo período de 2021, o segmento de renda alta foi beneficiado por uma queda de 28,3% no preço das passagens aéreas.

Ou seja, o cenário de maio de 2022 é quase o oposto do que se observou há exatamente um ano, conforme apurou o Ipea.

Cabe ressaltar ainda, no entanto, que maio deste ano mostrou uma redução da inflação para todos os segmentos de renda, em comparação com o mês anterior (abril). 

Veja abaixo como variou a inflação para cada faixa de renda, comparando o aumento dos preços em março com abril:

  • Renda muito baixa (menor que R$ 1.808,79): de 1,06% para 0,29%;

  • Renda baixa (entre R$ 1.808,79 e R$ 2.702,88): de 1,05% para 0,40%;

  • Renda média-baixa (entre R$ 2.702,88 e R$ 4.506,47): de 1,05% para 0,47%;

  • Renda média (entre R$ 4.506,47 e R$ 8.956,26): de 1,04% para 0,59%;

  • Renda média-alta (entre R$ 8.956,26 e R$ 17.764,49): de 1,01% para 0,62%;

  • Renda alta (acima de R$ 17.764,49): de 1% para 0,93%.

Outro dado: o levantamento deste mês também mostra que, com exceção das famílias de renda alta, a variação acumulada nos 12 meses terminados em maio recuou para todas as faixas de renda. 

Apesar disso, a maior taxa ainda é do segmento de renda muito baixa, refletindo o peso da inflação nos meses anteriores para essas famílias. Veja os dados abaixo:

  • Renda muito baixa: de 12,7% para 12%;

  • Renda baixa: 12,4% para 11,8%;

  • Renda média-baixa: 12,4% para 11,9%;

  • Renda média: 12% para 11,7%;

  • Renda média-alta: 11,3% para 11,2%; 

  • Renda alta: 10,8% para 11,3%.

Uma outra constatação referente a maio, esta feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), é que o custo da cesta básica também caiu. 

Apesar disso, o valor do pão francês subiu um todas as capitais onde é pesquisado, refletindo, entre outros fatores, os problemas de produção decorrentes da guerra na Ucrânia. 

Para que você entenda melhor os impactos da guerra na economia brasileira, preparamos este artigo para você.

 

 

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