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São muitos fatores que influenciam o valor pago pelo combustível; veja quais são
ARTIGOS
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10min. de leitura
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04.06.2021
controle
seus gastos
PorRodrigo Chiodi
*Texto atualizado em 23.06.2022
Se você possui veículo ou está pensando em ter carro, um fator que não pode passar despercebido e que faz parte dos custos de manutenção de um automóvel é o preço da gasolina ou de outros combustíveis.
Afinal, a gasolina abastece cerca de 60% dos veículos de passeio no país, de acordo com a Petrobras, incluindo aqueles modelos flex, que podem usar etanol também.
Além disso, o custo do combustível também atinge outras áreas. É o caso do comércio, por exemplo, pois os caminhões são um dos principais meios de circulação de mercadorias no país. Se ficar caro para as empresas abastecerem suas frotas, o preço pode ser repassado aos consumidores.
Existe a percepção de que o preço aumentou. E não é só impressão: de acordo com pesquisa feita pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), na semana de 25 de abril de 2021 a gasolina tinha preço de revenda de R$ 5,465. Um ano antes, na semana de 24 de abril de 2020, o preço era de R$ 2,879. Vale dizer que esse é o preço médio em todo o país e pode variar segundo muitos fatores.
Entenda por que o preço da gasolina está tão elevado e os fatores por trás do custo do combustível!
A ANP é a entidade que regulamenta o mercado da gasolina e derivados de petróleo no Brasil. A Petrobras possui forte influência sobre a política de preços do combustível, pois é a principal empresa do setor e por muito tempo foi a única no país, até 2002.
Naquele ano, o mercado brasileiro foi aberto para a participação de empresas estrangeiras do setor, com o objetivo de estimular a concorrência e dar ao próprio mercado a prerrogativa de definir os preços dos combustíveis. Dessa forma, existe o “regime de liberdade de preços”, diz a ANP, e isso acontece nos segmentos de produção, distribuição e revenda de combustíveis. Logo, não há preços fixos nem tabela de valores.
Além disso, é importante considerar a lógica de distribuição e revenda de gasolina no Brasil. No caso da Petrobras, que é a maior empresa do setor no país, a ordem, de forma resumida, é a seguinte:
A Petrobras realiza a extração de petróleo;
Por meio de suas refinarias, a estatal transforma o petróleo extraído em uma primeira versão de combustível, chamado de “gasolina A”, considerada pura;
A Petrobras vende a gasolina A para distribuidoras;
As distribuidoras compram etanol anidro de usinas produtoras para misturar a substância ao material produzido pela Petrobras e dar origem à “gasolina C”, a utilizada nos carros;
As empresas distribuem essa gasolina final para os postos de combustíveis.
O vídeo abaixo ajuda a entender um pouco mais essa cadeia, o que ajuda a entender as variáveis que influenciam no preço da gasolina.
O preço da gasolina é determinado pelos próprios postos. Ou seja, apesar das estatais terem grande influência no mercado, não há imposição de valores a serem cobrados ao consumidor final.
Eles são influenciados por uma série de variáveis, como será relatado a seguir.
A gasolina tem o seu preço final (aquele que o consumidor paga no posto de combustível) definido como consequência de uma série de fatores, de acordo com a Petrobras.
Com isso, qualquer alteração em ao menos um deles terá reflexos no preço que consumidores vão pagar na bomba, para cima ou para baixo. Veja o que influencia o preço da gasolina.
O petróleo é a matéria-prima da gasolina. Ele é uma commodity, ou seja, seu preço varia de acordo com a cotação em mercados internacionais. O valor é cotado por barril.
As duas principais referências de preços no mundo, que regulam as cotações internacionais, são o Brent e o W-Texas. Portanto, se o preço do barril de petróleo está mais alto, pode-se esperar que o preço da gasolina também aumente.
Além disso, por ser uma commodity, o petróleo é comercializado em dólar. Então se a moeda brasileira, o real, se desvaloriza em relação ao dólar, fica mais “caro” adquirir petróleo para produzir gasolina. Esse valor mais alto tende a ser repassado para a cadeia de produção e chegar aos consumidores.
Os impostos são um dos fatores que mais impactam o valor da gasolina: por volta de 41% do preço do combustível é composto por impostos, em especial por:
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, que é estadual e varia de acordo com a região);
Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, cobrada sobre importação e comercialização de gasolina);
PIS/Pasep (Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público);
Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).
Do valor total da gasolina, aproximadamente 35% são de responsabilidade da Petrobras.
A estatal é responsável por extrair e refinar o petróleo que será transformado na gasolina A, utilizada pelas distribuidoras para produzir o combustível que estará nos postos.
O custo do etanol anidro representa em torno de 15% do valor do combustível. Esse etanol é misturado à gasolina pelas distribuidoras, ou seja, quando você abastece o carro, o veículo recebe uma parcela de gasolina e outra de etanol anidro.
Esse percentual de cada combustível é variável, mas gira em torno de 70% a 75% de gasolina e 30% a 25% de etanol.
O valor de venda do etanol para misturar à gasolina é fixado de forma livre pelas usinas produtoras.
As empresas que atuam na distribuição e revenda de gasolina também tiram seus lucros e representam, aproximadamente, 8% do preço do combustível. São empresas como os postos de combustíveis.
Um dos fatores é o preço do dólar: pela cotação de 4 de maio, 1 dólar vale mais de R$ 5,43. Para ter uma ideia, em 4 de janeiro de 2021 cada 1 dólar valia R$ 5,26. Esse valor deixa a matéria-prima da gasolina mais cara aqui no Brasil.
Além disso, o preço do barril de petróleo está acima de US$ 60, resultado de aumento de quase 35% desde dezembro de 2020. Isso encarece a produção de gasolina.
A Petrobras afirma que seus preços têm como referência “os preços de paridade de importação” e, por isso, acompanham as variações do valor dos produtos no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo. Isso justifica o fato de, embora o petróleo da Petrobras seja em sua maioria produzido no Brasil, seu preço seja influenciado pelas cotações internacionais.
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