O que você vai ler neste artigo:

São muitos os tipos de investimentos que existem no Brasil. Opções para todos os objetivos, perfis e bolsos. 

Com tanta oferta, pode ser difícil entender cada modalidade de investimento e como ela atende à necessidade de quem investe.

Entender as diferenças e como funciona cada tipo de investimento é importante para que ninguém aplique dinheiro em algo que não combina exatamente com os objetivos estabelecidos. Assim, quem já investe ou quer começar terá mais noção sobre onde colocar seus recursos.

Investimento diversificado, vá além!

Isso não significa que apenas um tipo de investimento deve ser usado. Pelo contrário: diversificar a carteira de investimentos, colocando dinheiro em diferentes tipos, é bem indicado para não depender de uma única modalidade para obter rendimentos.

Além disso, a composição desse conjunto de investimentos, que formam uma carteira, varia de pessoa para pessoa. Não é porque alguém gosta de aplicar dinheiro em um determinado investimento que você deve fazer o mesmo, correto?

O peso que cada tipo de investimento terá na carteira vai variar conforme seus objetivos pessoais, a sua renda mensal, o tempo que a pessoa deseja esperar para obter retorno financeiro com as aplicações, se o investidor gosta de correr riscos ou não.

Esse é mais um motivo para conhecer os tipos de investimento: você terá condições de definir aqueles que combinam mais com a sua capacidade de investimento, perfil de investidor, metas e o prazo que pode aguardar para receber os rendimentos das aplicações.

Investimentos em renda fixa

 

Quando falamos em tipos de investimentos, um dos mais conhecidos são aqueles que fazem parte de aplicações (também chamadas de ativos) de renda fixa. Inclusive, essa modalidade pode ser a porta de entrada para muita gente que ainda não aplica dinheiro.

Os itens que fazem parte da renda fixa, em geral, são de baixo risco. Isso significa que a chance de colocar dinheiro em um ativo de renda fixa e perder parte da grana por causa de oscilações do mercado financeiro é menor.

Isso não quer dizer que investimentos de renda fixa nunca trarão perdas. Há uma infinidade de fatores que podem impactar a valorização ou não de um ativo desse tipo. Porém, em comparação com outras modalidades disponíveis para investir, a renda fixa é mais estável.

Ao mesmo tempo em que a renda fixa possui investimentos que são mais estáveis quando comparados a outros tipos de investimento, ela também pode ter rendimento limitado. Falando em rentabilidade, aqui ela pode ser classificada como:

  • Prefixada, quando na hora de investir, quem vai colocar dinheiro já sabe qual é o percentual de rendimento daquele investimento;

  • Pós-fixada, quando o percentual de investimento é atrelado a algum indicador financeiro que pode sofrer variações, como o CDI;

  • Híbrida, que junta os dois tipos e é mais raro de ver por aí.

Leia também: O que é a taxa CDI

O rendimento da renda fixa é mais limitado do que outros tipos de investimento justamente por causa do risco mais baixo. No mercado financeiro, em linhas gerais, quanto maior o risco de um investimento, mais alto é o retorno financeiro, pra compensar esse risco.

Na renda fixa, a regra de rentabilidade é previamente definida e, assim, é possível saber de maneira aproximada quanto aquele investimento renderá. Essa modalidade é ótima para pessoas que:

  • Gostam de se antecipar e saber de maneira prévia qual será o retorno financeiro de uma aplicação;

  • Não gostam de correr riscos ou lidar com variações de mercado que podem trazer uma certa ansiedade;

  • Estão começando agora a investir e não querem perder tempo sem aplicar dinheiro, mas também não se sentem à vontade para investimentos mais complexos;

  • Querem preservar seu patrimônio e colocar grana em investimentos que não tenham variações que podem resultar em prejuízo;

  • Já possuem outros investimentos que possuem critérios diferentes de rentabilidade e desejam, com a renda fixa, diversificar a carteira de investimentos, colocando parte deles em aplicações mais estáveis.

Entre as aplicações mais conhecidas do mercado quando o assunto é renda fixa, podemos citar:

CDB (Certificado de Depósito Bancário) 

O CDB  é um investimento que funciona como empréstimo para as instituições financeiras. Em compensação, ele rende juros.

Assim, quando você compra CDB de um banco, você está emprestando uma grana para o banco que emitiu o título (ou seja, o CDB). Para “agradecer” pela grana emprestada, o banco te devolve o dinheiro depois, com o acréscimo de juros.

CRA (Certificado de Recebimento do Agronegócio)

O CRA é um título de crédito privado no qual investidores colocam seu dinheiro para financiar projetos do agronegócio. Quem investe também pode receber o valor depois, com juros.

CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários)

O CRI é um título emitido para financiar projetos no mercado imobiliário e que também promete retorno financeiro por meio de juros que são acrescentados aos valores investidos por quem comprou.

Tesouro Direto (com títulos como Tesouro Selic, Tesouro IPCA e Tesouro Prefixado)

O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional feito em parceria com a B3 que vende títulos públicos federais para pessoas físicas, com as pessoas comprando títulos e emprestando dinheiro ao governo.

Quem investe recebe juros de volta e a porcentagem pode ser prefixada (estabelecida de forma fixa antes do investimento), ligada à variação da inflação (caso do IPCA) ou às mudanças da Selic, a taxa básica de juros da economia.

LCI (Letra de Crédito Imobiliário)

A LCI é um investimento feito em projetos do setor imobiliário. Quem aplica seu dinheiro empresta grana para empresas que lidam com dinheiro no mercado de imóveis e, enquanto o dinheiro fica aplicado, rende juros.

LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)

A LCA também é um título que visa captar dinheiro e dar retorno por meio de juros a quem investe em títulos desse tipo, mas para empresas do agronegócio. É muito parecido com a LCI, só muda o setor: em vez do imobiliário, é para empresas do agronegócio.

LC (Letra de Crédito)

A LC é um tipo de empréstimo para custear empréstimos e é emitido por instituições financeiras. Em troca pelo empréstimo, as empresas pagam juros para os investidores.

Debêntures

Debêntures são títulos que funcionam como o Tesouro Direto, só que, em vez de o dinheiro dos investimentos ir para o governo, ele vai para empresas usarem para expandir suas atividades ou outro grande investimento. Em troca, elas pagam juros para investidores.

Letra de Câmbio

A Letra de Câmbio é um tipo de investimento bem parecido com o CDB, só que a grana de quem investe vai para empresas financeiras, como sociedades de crédito e de investimentos. Como retorno, também dão juros para investidores.

Os investimentos de renda fixa podem ser emitidos pelo governo (caso dos títulos do Tesouro), instituições financeiras (caso dos CDBs, por exemplo) ou empresas privadas (como acontece com as debêntures).

Os investimentos em renda variável

As aplicações de renda variável são investimentos no qual não há a previsibilidade de retorno. Isso significa que os rendimentos não são conhecidos previamente nem ligados a um índice econômico.

Geralmente, a renda variável conta com ativos que trazem possibilidade de rentabilidade maior, assim como risco de perdas também maior. Esses investimentos têm potencial de ganhos altos, só que as chances de ter prejuízo e perder dinheiro também são maiores.

Vale lembrar que ganho passado não é certeza de ganho futuro no caso da renda variável. Não é porque um determinado título variável trouxe altos ganhos para investidores no passado que ele trará bons rendimentos para sempre.

Ativos de renda variável não têm a garantia de qual será o rendimento ao longo do tempo. Além disso, esse investimento depende de fatores variados, como o desempenho de empresas, a situação econômica do país e as instabilidades do mercado financeiro.

Para colocar grana em aplicações de renda variável, o ideal é que a pessoa interessada:

  • Tenha condições de arcar com eventuais perdas causadas pela queda no valor de seus investimentos;

  • Goste de correr riscos e pense mais no potencial de rentabilidade maior do que na estabilidade de uma aplicação;

  • Seja tolerante com as variações de preços dos investimentos ou as mudanças externas causadas pelo cenário econômico;

  • Já possua algum investimento ou patrimônio que mantenha sua vida financeira em segurança, sem depender de aplicações de renda variável para viver;

  • Tenha mais conhecimento sobre como funciona o mercado financeiro e não esteja iniciando no mundo das aplicações;

  • Tenha investimentos em renda fixa e está buscando diversificar a carteira, para ganhar dinheiro de outras maneiras.

Tipos de investimentos de renda variável

Como investimentos de renda variável, podemos mencionar;

  • Ações, que são “pedaços” de uma empresa negociados na Bolsa de Valores;

  • Investimentos ligados a câmbio e moedas, como o dólar;

  • Ouro;

  • Derivativos, investimento que tem o preço “derivado” do valor de um ativo (café ou soja, por exemplo), de uma taxa de referência (como taxas de juros) ou de índices de mercado, entre outros.

Os investimentos de renda variável são ligados a empresas, a índices de ações (como aquelas negociadas na Bolsa de Valores, por exemplo) e a investimentos que consideram variações de preço de moedas estrangeiras ou do ouro.

Assim, a rentabilidade e potencial de retorno financeiro não são previamente conhecidos na renda variável. Além disso, há mais instabilidade em relação à valorização ou não dos investimentos e a chance de prejuízo é ainda mais desconhecida do que na renda fixa.

Pode acontecer, por exemplo, de uma pessoa investir em ações de uma empresa e, se a companhia não estiver dando lucro durante um tempo, o valor das ações diminuir no mercado.

Dessa maneira, quem comprou ações dessa empresa no passado verá o valor dessas ações ficar menor do que no momento da compra. Caso a pessoa não queira mais esse investimento e venda as ações, ela perderá dinheiro.

Vamos imaginar que, em julho de 2021, alguém comprou uma ação de R$ 100,00 da empresa X. Só que, em agosto do mesmo ano, essa empresa teve dificuldades financeiras que impactaram sua operação. Isso fez o valor da ação passar para R$ 70,00.

Se vender a ação da empresa, a pessoa terá perdido R$ 30,00, sem contar eventuais taxas de administração ou outras que podem ser cobradas para fazer a operação de compra e venda da ação. Agora, se a pessoa mantiver o investimento, pode ser que a empresa X se recupere ao longo do tempo.

Nessa hipótese, vamos pensar que os números da companhia melhoraram, ela cresceu, mais pessoas buscaram ações dela e, em julho de 2022, cada ação valia R$ 250,00. Aquela pessoa que comprou a ação de R$ 100,00 faturou mais R$ 150,00.

Perceba como pode ser grande a variação de preços desse tipo de investimentos. Por isso, se você ainda estiver pensando em começar a investir ou possui algum conhecimento de mercado financeiro, vá com calma na hora de aplicar grana na renda variável.

Dá para começar aos poucos, colocando apenas uma parte do dinheiro separado para investir em aplicações de renda variável, tanto para aprender mais sobre essa área quanto para entender se esse é o investimento que você quer ter na sua carteira.

Fundos de investimentos  

Um fundo de investimento é um “grupo” que reúne um conjunto de investidores que aplicam dinheiro em ativos variados. Eles podem ter aplicações em papéis de renda fixa, de renda variável ou até desses 2 tipos. 

Um gestor especializado fica responsável por administrar o valor aplicado pelos cotistas do fundo, que são os investidores que colocam o seu dinheiro nele. Isso quer dizer que esse é um tipo de aplicação coletiva, com várias pessoas investindo em um mesmo ativo.

Falando em pessoas, tanto quem gosta de risco quanto quem busca estabilidade pode investir em fundos. Basta olhar as condições de cada um e verificar se a proposta do fundo está alinhada com as metas financeiras.

Os valores arrecadados pelo fundo vão para a gestão de uma empresa financeira, que vai investir esse dinheiro em diferentes aplicações. Isso vai variar de acordo com a proposta do fundo e o tipo.

Como exemplo de investimentos, podemos citar:

  • Fundos de ações, que aplicam dinheiro em ações de empresas da bolsa de valores ;

  • Fundos cambiais, que investem em ativos relacionados moedas estrangeiras;

  • Fundos imobiliários (ou FIIs), que colocam dinheiro no setor de imóveis, financiando construções e outros empreendimentos, por exemplo;

  • Fundos multimercado, que aplicam grana em diferentes opções do mercado, sejam elas de renda fixa ou variável;

  • Fundos de renda fixa, que investem apenas em diferentes títulos de renda fixa;

  • ETFs (Exchange Traded Funds), que colocam dinheiro em aplicações atreladas a índices do mercado, como o Ibovespa.

Os fundos são administrados por empresas ou pessoas que decidem onde vão aplicar o dinheiro arrecadado pelo fundo. Ou seja: ao investir, quem está num grupo como esse disponibiliza capital para uma pessoa ou empresa profissional comprar e vender ativos.

Existem fundos que mesclam ativos de renda fixa e renda variável, como no caso de fundos multimercados. A proporção e os investimentos do fundo sempre são estabelecidos no contrato de investimento disponibilizado para quem quer aplicar.

O objetivo dos fundos é reunir recursos de diferentes pessoas para aplicar essa grana em ativos diversos (seja em ações, como no fundo de ações, seja em diferentes investimentos de renda fixa ou variável, no caso dos fundos multimercado, por exemplo).

Como escolher o tipo de investimento ideal para você

Antes de escolher o investimento ideal, é importante conhecer qual é o seu perfil de investidor. Em geral, a divisão é estabelecida entre:

  • Investidores de perfil conservador, que não gostam de correr riscos e querem mais segurança do que rentabilidade;

  • Investidores de perfil moderado, que preferem ter estabilidade nos investimentos, mas gostam de aplicar dinheiro em algumas opções um pouco mais arriscadas e que prometem mais retorno financeiro;

  • Investidores de perfil agressivo, que normalmente são pessoas com prática no mercado financeiro, acompanham o setor e estão sempre buscando altos retornos, mesmo que para isso corram riscos altos também.

Instituições financeiras que têm vários tipos de investimento disponíveis para os clientes oferecem um questionário para eles preencherem que mostra, ao final, qual é o perfil de investidor.

Depois de entender qual é o seu perfil, é hora de olhar para os seus objetivos de curto, médio e longo prazo. Eles podem ser divididos entre as realizações que você deseja fazer em:

  • Até 1 ano (curto prazo);

  • Entre 1 e 5 anos (médio prazo);

  • Em mais de 5 anos (longo prazo).

Agora que você já entendeu mais sobre quais são os tipos de investimento e como cada um deles pode ajudar nos mais diferentes objetivos, é hora de saber o que é verdade ou não quando o assunto é investir. Conheça 7 mitos e verdades sobre investimento!