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O percentual de vítimas ou tentativas de golpes envolvendo contas bancárias e outras instituições financeiras vem aumentando gradativamente com a digitalização dos bancos. Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgados em agosto deste ano, revelam que as fraudes bancárias devem gerar prejuízos de pelo menos R$ 2,5 bilhões até o fechamento de 2022.
A estimativa é de que parte considerável desse montante (cerca de R$ 1,8 bilhão, ou mais de 70%) tenha a ver com o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos fixado pelo Banco Central (BC) em 2020. Porém, especialistas acreditam que os números são subestimados porque algumas vítimas sequer comunicam ao banco ou oficializam o golpe em boletim de ocorrência policial.
Um levantamento feito pela Serasa Experian mostrou que, em maio de 2021, um total de 331,2 mil brasileiros foram vítimas de algum tipo de fraude bancária, sendo que mais de 176 mil ocorrências (53,3%) foram realizadas a partir de contas ou cartões de crédito. Dois meses antes, em março, esse número era de 79,9 mil.
Neste artigo, você também vai entender o que é fraude bancária, conhecer os principais golpes, como os criminosos agem, o que você deve fazer se for vítima de fraude, como o banco age para coibir o aumento dos casos, seus direitos, além de ter dicas valiosas para se proteger dos criminosos.
Quando alguém faz uso indevido da identidade de outra pessoa, realiza abertura de contas com outro CPF e emite cartões sem autorização, por exemplo, está tendo uma conduta criminosa, ou seja, é considerado um fraudador.
Fraude bancária, portanto, trata-se de crime cometido por terceiros que se utilizam de meios ilegais para furtar dinheiro ou crédito dos correntistas de instituições bancárias.
Também podem ocorrer golpes bancários, em que a pessoa má intencionada rouba dados pessoais através de links e falsas páginas por meio de ligações, mensagens, redes sociais, entre outros.
Um novo projeto de lei, que estabelece o crime de fraude bancária, está em tramitação no senado. A proposta é que fraudes desse tipo deixem criminosos na cadeia por até oito anos. Atualmente, a pena para fraude bancária é de um a cinco anos de prisão.
Se por um lado os bancos querem cada vez mais estar presentes no universo digital para diminuir as longas filas das agências e agilizar a vida dos clientes, por outro lado os criminosos estão aproveitando o maior tempo on-line das pessoas e o aumento das transações digitais para aplicar golpes financeiros.
Entre as tentativas de fraudes usadas por bandidos e que podem dar muita dor de cabeça para o consumidor estão os golpes que envolvem aplicativos de mensagens, como o WhatsApp. Listamos as fraudes mais frequentes e as táticas usadas pelos criminosos. Conheça e fique atento!
O golpista liga para o cliente do banco, se identifica como funcionário da instituição financeira e afirma, em tom alarmista, que o cartão dele foi fraudado ou clonado. O falso funcionário pede a senha e orienta o cliente a cortar o cartão, mas sem danificar o chip. Avisa, em seguida, que o banco irá enviar um motoboy para buscar o chip na residência.
Outro integrante da quadrilha, em poucos minutos, aparece na casa do cliente e retira o que sobrou do cartão. Ainda que o cartão esteja cortado, é possível que os criminosos realizem compras ou saques.
O cliente deve saber que nenhum banco liga para os seus correntistas exigindo senha, tampouco envia motoboy para retirar cartão. Se receber esse tipo de ligação ou visita, não atenda e JAMAIS entregue seu cartão bancário para terceiros.
Um falso funcionário do banco, mascarado com um personagem simpático e formal, entra em contato com a vítima e afirma que a conta bancária foi invadida, clonada ou que houve uma tentativa de empréstimo ou saque com valor exorbitante. Aproveitando-se do desespero da vítima, o golpista pede todos os dados pessoais e financeiros do cliente. Por fim, solicita a digitação de senha do APP ou do cartão, simulando uma falsa central eletrônica.
Caso receba esse tipo de contato, desligue e entre em contato com a instituição por meio dos seus canais oficiais, de preferência usando o celular ou aplicativos móveis, para saber se algo aconteceu mesmo com a sua conta. O banco não liga para o cliente solicitando senha ou número de cartão. Também não liga para exigindo que o cliente realize transferência ou qualquer tipo de pagamento.
Os criminosos descobrem o número do celular e o nome da vítima de quem pretendem clonar a conta de WhatsApp. Com essas informações em mãos, os golpistas enviam mensagens pelo aplicativo fingindo ser do banco em que o cliente tem cadastro ou inventa alguma história. A partir daí, eles solicitam o código de segurança do WhatsApp, enviado por SMS, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção, confirmação de cadastro ou, ainda, que a ação é necessária para que o cliente tenha acesso ao internet banking, por exemplo.
Com o código, os fraudadores conseguem invadir a conta do aplicativo em outro celular, verificam as conversas e enviam mensagens para os contatos pedindo dinheiro urgente para resolver um problema grave.
Nenhum banco solicita código de segurança de aplicativo. Para se proteger desse tipo de golpe, coloque a confirmação de conta do WhatsApp em duas etapas, como mensagem e e-mail cadastrado. Caso receba mensagens de conhecidos solicitando dinheiro, só faça a transferência após fazer ligação confirmando a voz ou videoconferência.
Fraudadores que trabalham como vendedores no comércio em geral prestam atenção quando você digita sua senha na máquina de compra e depois entregam um cartão similar ao cliente. Com seu cartão e senha, fazem compras ou saques. Então, fique sempre atento na hora das compras.
Desconfie de vendedores que informam que a maquininha está com problema ou que não passa cartão por aproximação. Não deixe sua senha visível nem digite na frente do vendedor. Confira se é mesmo o seu nome impresso no cartão devolvido e, se possível, passe você mesmo o cartão na maquininha ao invés de entregá-lo para outra pessoa.
Um golpe antigo e que ainda faz efeito nos mais desatentos são as ofertas atrativas que chegam ao e-mail ou rede social da vítima. Esses links encaminham para outra URL, um site falso, criado para colher dados, como número de CPF, conta, cartões e senhas. Essas mensagens também podem instalar vírus e aplicativos que roubam seus dados, permitindo que os golpistas rastreiam todas as suas contas.
Desconfie sempre de mensagens de empresas que você nunca teve contato. verifique sempre o e-mail do remetente. Empresas de grande porte não utilizam contas privadas como gmail ou hotmail, por exemplo. Também pesquise a reputação das empresas na internet e veja se as mesmas ofertas estão disponíveis. Em caso de dúvida, não clique e denuncie como spam.
Por telefone, criminosos se passam como funcionários de instituições financeiras inexistentes e oferecem empréstimo consignado com condições atraentes, como juros baixos, longo prazo para quitação do valor e facilidade no pagamento das prestações. Trata-se da inclusão de empréstimos que você não solicitou em seu benefício de aposentadoria, Salário ou pensão por morte.
Os golpistas, em posse dos seus dados pessoais, se passam por você e o banco autoriza o empréstimo, depositando o valor em uma conta aberta em seu nome, mas que você nunca abriu. É possível também que o dinheiro caia na sua conta, porém, as parcelas são cobradas com juros muito altos. Para o criminoso, a vantagem pode ser também ficar com as comissões que remuneram o agente de crédito e a instituição responsável por intermediar o empréstimo.
O cliente não deve passar nenhum tipo de informação ou dado pessoal sem antes ter certeza que quem entrou em contato é representante da instituição financeira. O PAN, por exemplo, NUNCA entra em contato solicitando o envio de dinheiro ou documentos para cancelar contratações de empréstimo consignado. Já as contratações de empréstimo são feitas através de nossos canais oficiais, se você recebeu mensagens ou ligações com esse tipo de abordagem, não passe nenhuma informação. Bloqueie o número. Em seguida, entre em contato com o canal oficial da instituição bancária.
Fique esperto: nada de sair por aí clicando em qualquer link, não acesse sua conta em celular que não seja seu e instale um antivírus. Estas dicas abaixo vão te ajudar a não ser mais um na estatística de fraudes bancárias!
Os golpes bancários podem causar problemas sérios na vida pessoal e financeira das vítimas. Se você passou por um caso como esse, saiba que existem medidas para reduzir o prejuízo.
Golpes financeiros devem ser denunciados, pessoalmente ou virtualmente, nas delegacias regionais da Polícia Civil. Muitos estados brasileiros disponibilizam um site para preenchimento do boletim de ocorrência on-line. A maior parte considera o registro desse tipo de crime como estelionato, ou seja, o crime de induzir alguém ao engano para obter algum tipo de vantagem ilegal ou ganhos financeiros.
Se você decidir realizar a denúncia pela internet, entre no site da Polícia Civil do seu estado. Em seguida, procure o formulário para registro de boletim de ocorrência. Depois, preencha o formulário indicado e salve uma cópia para ser usada como prova de registro posteriormente.
Para frear golpistas, é possível fazer um registro do boletim de ocorrência pela internet. A opção traz agilidade na denúncia e está disponível nos sites do governo de cada um dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Na seção de serviços, você terá acesso aos links para o registro do boletim de ocorrência policial.
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