O que você vai ler neste artigo:
Na maioria dos casos, os criminosos aproveitam a praticidade e agilidade da ferramenta, que permite transferências em tempo real, para fazer suas vítimas, que sofrem desde sequestro relâmpagos até clonagem de WhatsApp.
Nesse contexto, o Blog Amigo do Dinheiro elaborou um guia com os principais golpes aplicados atualmente, o que fazer caso você seja vítima e como se proteger dessas situações.
O aplicativo de mensagens WhatsApp há tempos coleciona queixas dos usuários quando o assunto é clonagem. Quando o PIX passou a operar no Brasil, o golpe relacionado ao serviço começou a proliferar. Basicamente, o golpista entra em contato com a vítima se passando por uma empresa e pede que que o usuário digite um código que o criminoso envia para confirmar, atualizar ou autenticar algum cadastro.
O problema é que, ao ter acesso a esse código de 6 dígitos, os criminosos conseguem clonar o WhatsApp e sequestrar o perfil. Se o usuário não ativar a autenticação em duas etapas, o golpista consegue instalar a conta em outro aparelho. A partir daí, o bandido manda mensagem de texto para todos os contatos pedindo um empréstimo e prometendo devolver o dinheiro no dia seguinte.
Como a mensagem chega em nome do dono da conta do aplicativo de mensagens, as pessoas acreditam. Só que a conta bancária do PIX é do fraudador envolvido no golpe.
Por isso é importante se atentar aos pequenos detalhes!
Habilite a autenticação de duas etapas na sua conta do WhatsApp:
1. Abra o WhatsApp;
2. Clique no menu (aquele com três pontos) e acesse as "Configurações";
3. Em "Conta", escolha "Verificação/Confirmação em duas etapas";
4. Clique em "Ativar" e escolha uma senha de seis dígitos para a conta do WhatsApp;
5. Confirme o seu PIN (digite novamente o seu código pessoal);
6. Cadastre um endereço de e-mail válido se caso esquecer seu código;
7. Clique em "Avançar" e confirme seu endereço de e-mail, depois em "Salvar".
Ter uma grana a mais na conta é o que todo mundo quer. Olhando por esse ângulo, os golpistas entram em cena fazendo solicitações de amizade em redes sociais como Instagram e Facebook ou, ainda, divulgam postagens em perfis golpistas promovendo ganhos extras por meio do PIX. A promessa é que se a pessoa fizer um Pix inicial com uma quantia mínima, receberá de volta automaticamente um valor 2, 5, 10 vezes maior.
A prática do PIX multiplicador configura estelionato virtual, porque induz as vítimas a realizar transferências bancárias ou fornecer informações pessoais e sensíveis. Mesmo assim, muitos brasileiros já caíram no golpe. Segundo a polícia especializada em crimes virtuais, há pessoas que investiram valores altos e sequer tiveram o dinheiro de volta.
Um dos possíveis cenários, ainda, envolve perfis de conhecidos. Caso um colega ou familiar do seu ciclo social tenha o perfil hackeado, o golpe poderá ser aplicado por meio da conta dele. Portanto, toda atenção é válida! Confira algumas dicas:
Em busca de pessoas vulneráveis, o golpista aproveita o desconhecimento sobre os tipos de chaves Pix que os usuários podem cadastrar, se passa por atendente do banco e induz a vítima a criar uma chave PIX.
Para efetivar o cadastro, eles criam a narrativa da necessidade de fazer um teste. É nesse momento que o cliente cai no golpe e acaba transferindo um valor para o golpista.
Nunca forneça seus dados ou faça operações bancárias em ligações. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) diz que funcionários de instituições bancárias nunca solicitam a confirmação ou cadastro de dados pessoais em conversas telefônicas.
A instituição diz, ainda, que os bancos não pedem que os clientes façam testes com as chaves PIX cadastradas.
Em caso de suspeita de golpe, não forneça seus dados nem faça transferências, desligue a ligação e entre em contato com os canais oficiais do seu banco.
Outra prática comum no WhatsApp ou Telegram é a multiplicação de grupos que prometem lucro financeiro mediante a transferência, por meio de PIX, de pequenos valores, que variam entre R$ 1 e R$ 10. A iniciativa propõe que cada usuário, ao entrar no grupo, pague o valor ordenado e, em seguida, recrute mais pessoas.
O problema é que chega o momento que a pirâmide se rompe porque não tem mais como lucrar, deixando várias pessoas no prejuízo. A ação é divulgada principalmente através de anúncios nas redes sociais ou no velho marketing "boca a boca".
O criminoso, que é o administrador do espaço virtual, após o golpe remove o grupo. Especialistas alertam que a prática tem características de pirâmide financeira, considerada crime no Brasil, de acordo com a Lei nº 1.521/1951.
Nunca entre em grupos que prometem investimentos "mágicos". A Febraban alerta para que os usuários só confiem em empresas com credibilidade no mercado, sobretudo instituições bancárias reguladas pelo BC. Caso você seja convidado por um amigo, alerte-o. Há ainda a possibilidade de denunciar o grupo para a empresa de mensagens.
Uma das formas de fazer pagamentos por Pix é via QR Code. Atualmente, é comum vermos QR Code para transferências em lives e apresentações on-line que arrecadam dinheiro para artistas ou instituições.
É a partir disso que o golpe do PIX do falso QR Code é aplicado. Os golpistas fazem o download desses vídeos e criam uma nova transmissão com um QR Code falso, divulgam o vídeo e o dinheiro vai direto para a conta do criminoso.
Ao fazer doações, transferências e pagamentos por Pix, via QR Code, fique atento à origem do código e se desconfiar dos valores ou mesmo da origem da solicitação, não complete a operação.
Os golpistas enviam uma mensagem por SMS e prometem descontos em faturas em troca de um PIX. Em geral, as promessas de descontos são para faturas de celular ou cartão de crédito. Nas mensagens, os criminosos pedem que seja feita transferência para uma conta, por meio de PIX. Quando ela é feita, o golpe está consumado e, claro, quem enviou o PIX nunca terá os descontos prometidos.
A primeira ação que deve ser feita é acessar os canais oficiais das empresas para checar se a promoção ou o desconto realmente existe. Se necessário, entre em contato com as empresas?-?sempre pelos canais oficiais?-?para confirmar a informação sobre a promoção. Nesse caso específico, a orientação é: cheque sempre o remetente.
Especialistas em crimes virtuais e a Febraban analisam que o Brasil tem um cenário fácil para a ocorrência desses golpes por unificar duas situações: alta incidência de criminalidade em geral e a intensa informatização da economia, ou seja, uma população que usa cada vez mais os meios digitais ao invés do dinheiro.
Se em países europeus e asiáticos ainda é relativamente comum encontrar estabelecimentos que não aceitam cartão, no Brasil boa parte das pessoas usa o "dinheiro digital" até na hora de pagar um cafezinho na padaria.
O grupo mais vulnerável aos golpes, dizem esses especialistas, é o de não nativos digitais. Tratam-se daquelas pessoas que nasceram e viveram grande parte do tempo sem acesso à internet. Um estudo da agência americana Federal Trade Commission afirma que maiores de 60 anos têm mais chance de cair em golpes. E que, nessa faixa etária, os bandidos agem, em sua maioria, por meio de chamadas telefônicas.
Ao caírem no golpe, as vítimas interpretam os sinais dos criminosos como verdadeiros. Isso é consequência de viver numa realidade em que os fatores que influenciam a percepção são extremamente elaborados. Especialistas em crimes virtuais enxergam essas vítimas como pessoas que não desconfiam das ofertas, tampouco procuram investigar se são reais.
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